Saída de dólares em 2024, de US$ 15,9 bi, é a 3ª maior

Ao longo de 2024, o dólar se valorizou 27,3% em relação ao real, passando de R$ 4,85, no início do ano, a R$ 6,18, e tem se mantido no novo patamar

Publicado em 04/01/2025 às 19:01
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O Brasil registrou em 2024 um fluxo cambial negativo de US$ 15,9 bilhões. Foi a terceira maior saída líquida anual de dólares do País desde 2008, quando começa a série histórica do Banco Central. Esses resgates de dólares só foram maiores que no ano passado em 2019 e em 2020, quando atingiram US$ 44,768 bilhões e US$ 27,923 bilhões, respectivamente - período marcado pelos efeitos da pandemia de covid-19.

Ao longo de 2024, o dólar se valorizou 27,3% em relação ao real, passando de R$ 4,85, no início do ano, a R$ 6,18. A moeda americana, que já vinha com tendência de alta desde a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, acelerou os ganhos ante o real depois do anúncio do pacote de contenção de gastos do governo, no fim de novembro, considerado por economistas e analistas de mercado como insuficiente para reequilibrar as contas públicas.

Diante da disparada das cotações no mês passado, o BC realizou diversas intervenções vendendo moeda no mercado de câmbio. Ao todo, foram colocados US$ 21,5 bilhões (cerca de 6% das reservas do País) em leilões à vista no mercado - a maior injeção de recursos em um único mês da história do regime flutuante de câmbio, em vigor desde 1999.

NÚMEROS PODEM SUBIR

Os dados de 2024, divulgados pelo BC, ainda são preliminares e incorporam o fluxo contabilizado entre 1.º de janeiro e 27 de dezembro. Informações sobre o movimento de câmbio nos dias 30 e 31 serão divulgadas na próxima semana.

No acumulado do ano passado, o fluxo financeiro foi negativo em US$ 84,39 bilhões, resultado de US$ 589,98 bilhões em compras e US$ 674,385 bilhões em vendas. O indicador considera investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamentos de juros, entre outras operações.

Reflexo das pesadas intervenções do BC no câmbio ao longo de dezembro, as reservas internacionais do País caíram 8,46% entre novembro e dezembro, a maior queda mensal na série histórica iniciada em 2008. Em valores nominais, passaram de US$ 363 bilhões para US$ 332,3 bilhões, o menor nível desde fevereiro de 2023.

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