Inflação de fevereiro de 2025 é a maior para o mês desde 2003
Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou após dois meses seguidos de arrefecimento, passando de 4,56% em janeiro para 5,06%

*Com informações do Estadão Conteúdo
A alta de 1,31% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro foi o resultado mais elevado desde março de 2022, quando havia subido 1,62%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando apenas meses de fevereiro, o IPCA foi o mais agudo desde 2003, quando houve inflação de 1,57%. Em fevereiro de 2024, a taxa tinha sido de 0,83%.
Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou após dois meses seguidos de arrefecimento, passando de 4,56% em janeiro de 2025 para 5,06% em fevereiro de 2025.
IMPACTO SOBRE A INFLAÇÃO
A taxa em 12 meses é a mais alta desde setembro de 2023, quando estava em 5,19%. A elevada inflação registrada no País em fevereiro foi concentrada especialmente no aumento extraordinário da energia elétrica residencial e no reajuste sazonal de mensalidades escolares, afirmou Fernando Gonçalves, gerente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Gonçalves, se retirada a contribuição do grupo Educação da conta do IPCA, a inflação de fevereiro teria sido de 1,10%. Se retirada a pressão da energia elétrica, o IPCA teria sido de 0,78%.
"Educação e habitação responderam por mais da metade do IPCA de fevereiro", disse observou Gonçalves.
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação tiveram uma elevação de 4,44% em fevereiro, uma contribuição de 0,65 ponto porcentual para a taxa do IPCA.
ENERGIA ELÉTRICA
A energia elétrica subiu 16,80% em fevereiro, subitem de maior pressão no mês, 0,56 ponto porcentual. A alta recente decorre da recomposição das contas de luz após a incorporação em janeiro do Bônus de Itaipu.
O grupo Educação teve um avanço de 4,70% em fevereiro, impacto de 0,28 ponto porcentual para a taxa do IPCA. A maior contribuição veio do aumento de 5,69% nas mensalidades dos cursos regulares, por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.
As variações mais agudas ocorreram no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
"Educação todo mês de fevereiro tem essa sazonalidade", lembrou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.
RECIFE TEM A MAIOR INFLAÇÃO EM FEVEREIRO DESDE 2020
A inflação na RMR acelerou para 1,40% em fevereiro, após registrar 0,12% no mês anterior. Esta é a maior alta para um mês de fevereiro desde o começo da atual série histórica em 2020, e a maior taxa desde março de 2022 (1,53%).
Nos últimos doze meses, a variação do índice geral ficou em 4,51%, acima dos 3,53% verificados no acumulado de fevereiro de 2024. A alta foi influenciada especialmente pelo aumento de 4,91% pelo
grupo de habitação, que exerceu um impacto de 0,64 ponto percentual (p.p.) no índice.
Cerca de 85% do resultado de fevereiro estão concentrados em três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados: habitação, educação e transportes.
Como dito acima, o grupo habitação, que saiu de uma deflação de - 4,24% em janeiro para um alta de 4,91% em fevereiro, exerceu o maior impacto. No grupo educação, observou-se alta de 4,71% e impacto de 0,29 p.p. no índice geral. E no grupo dos preços de transportes, a alta registrada chegou a 1,41%, o que resulta em
3,61% acumulado desde o começo do ano.