WhatsApp é campeão em disseminar golpes; 198 mil contas foram clonadas

Golpes da festa e do emprego falso são as principais iscas para os golpes de clonagem do WhatsApp

O WhatsApp tem mais de 120 milhões de usuários no Brasil. No mundo esse número chega aos 2 bilhões. O tamanho dessa rede de contato, no entanto, torna o aplicativo o campeão em disseminação de fraudes digitais. De acordo com um levantamento feito pela startup PSafe, 64,1% dos golpes aplicados via internet partiram do WhatsApp. Os navegadores de internet (29,4%) e as mensagens SMS (5,6%) completam o grupo de maiores disseminadores de fraudes. O mesmo estudo mostra que cerca de 198,1 mil brasileiros tiveram o WhatsApp clonado em todo país.

O estado de São Paulo aparece liderando a lista de estados mais afetados, com 41,2 mil vítimas, seguido pelo Rio de Janeiro, com 24,2 mil e Minas Gerais, com 15,9 mil. Os dados de Pernambuco não foram divulgados, mas os casos de pessoas que caíram em algum golpe por meio do aplicativo não são raros. Uma das vítimas foi o jornalista e empresário do ramo da educação, Thiago Vasconcelos. 

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No dia 5 de fevereiro ele teve o aplicativo invadido e clonado. Neste dia diversos amigos entraram em contato com ele avisando que estavam recebendo mensagens com pedido de dinheiro. As quantias variavam de R$ 2 a R$ 7 mil. Dois amigos chegaram a transferir quantias, mas conseguiram estornar junto ao banco após confirmarem que se tratava de uma fraude. Thiago só conseguiu recuperar o acesso ao WhatsApp sete dias depois, como prevê o protocolo de segurança do aplicativo de troca de mensagens.

Segundo os responsáveis pelo estudo, o "golpe da festa" é o mais famoso entre os que já circularam na rede. Foi justamente neste que Thiago Vasconcelos foi fisgado pelos fraudadores. "Acredito que me tornei alvo fácil quando transformei minha conta no Instagram de fechada para a de negócios. Meu telefone fica disponível. Depois disso, recebi uma mensagem como sendo um amigo confirmando presença numa festa dele. Para mim parecia algo muito natural ele oferecer essa festa. Quando quando repassei os seis números que havia recebido via SMS. Depois disso, quando tentava entrar no WhatsApp era redirecionado para o SAC do aplicativo", conta Thiago Vasconcelos.

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O empresário ficou uma semana sem conseguir manter contato com seus clientes via aplicativo. Quando o acesso foi restabelecido ele tinha todo o histórico das conversas até o dia da clonagem. As conversas mantidas pelos fraudadores não estavam disponíveis. "Acho importante deixar claro que não perdi a conta ou o número do telefone. Ficou indisponível, mas agora tudo já foi normalizado", explica Thiago Vasconcelos que apela para que as pessoas vítimas desses golpes façam um boletim de ocorrência para ajudar a polícia a criar dados estatísticos sobre esse tipo de crime.

Ainda de acordo com o estudo realizado pela PSafe, em janeiro foram detectados 7.590 mil golpes únicos. Juntos, estes ataques impactaram 13,6 milhões de usuários em todo o País. Vaga de emprego falsa foi a temática mais usada nos golpes, atingindo mais de 5 milhões de pessoas.

O diretor do laboratório especializado em segurança digital da PSafe (Dfndr Lab), Emilio Simoni, explica o passo a passo do golpe: "Para clonar uma conta de WhatsApp, o cibercriminoso cadastra indevidamente o número de telefone do usuário em outro dispositivo e, após esse processo, um SMS contendo um código de liberação de acesso é enviado ao celular da vítima. Depois, ela é induzida a fornecer esse código ao hacker e, em seguida, a sua conta de WhatsApp é bloqueada", relata.

Como se proteger da clonagem de WhatsApp

Simoni alerta que o usuário jamais deve informar o código de liberação de acesso do WhatsApp que ele recebe para terceiros. Além disso, é recomendável ativar a autenticação de dois fatores, disponível no próprio WhatsApp, para aumentar a segurança da conta. Para ativar, abra seu WhatsApp e toque em Configurações (Android) / Ajustes (iOS) > Conta > Confirmação em duas etapas > ATIVAR. Os homens, inclusive, são os usuários mais precisam estar atentos. É o público masculino aquele que mais recebe conteúdos maliciosos. A proporção com relação às mulheres é até três vezes maior.

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