ATUAÇÕES DE REI

50 anos do tricampeonato: atuações de Pelé no México foram dignas de rei

Camisa 10 da Seleção terminou a Copa do Mundo como campeão, melhor jogador do torneio e com quatro gols e seis assistências

Lucas Holanda
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Lucas Holanda
Publicado em 21/06/2020 às 0:00
ACERVO ESTADÃO CONTEÚDO
MELHOR DE TODAS Seleção brasileira de 1970 encanta até hoje - FOTO: ACERVO ESTADÃO CONTEÚDO

Após sair lesionado e perder a Copa de 1966, Pelé precisava de uma despedida em alto nível no Mundial. E foi isso que o Rei do Futebol deu ao mundo em 1970. Aos 29 anos, o maior jogador da história da Seleção, que já havia vencido em 1958 e 1962, aceitou disputar as eliminatórias e consequentemente disputar o torneio - embora tenha se recusado inicialmente. E na competição, Pelé fez história novamente. Seja com os golaços feitos e até mesmo aqueles que não foram feitos, mas ficaram na memória.

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Na estreia diante da Tchecoslováquia, um gol e uma assistência para Gérson na vitória brasileira por 4x1. E é nesse jogo que começa os não feitos de Pelé na Copa do Mundo. O camisa 10 brasileiro tentou encobrir o goleiro Ivo Viktor com um chute do meio-campo, mas a bola acabou não entrando. Toda vez que algum jogador consegue marcar um gol do meio-campo, é batizado como 'gol que Pelé não fez'. Na segunda partida, diante da Inglaterra, que era a atual campeã do mundo, Pelé quase marcou de cabeça, mas a bola foi defendida de forma espetacular pelo lendário goleiro Gordon Banks - se tornando outro 'quase' de Pelé no Mundial. No entanto, deu assistência para Jairzinho marcar o gol solitário da vitória brasileira contra os ingleses.

Contra a Romênia, outro show do rei: dois gols na vitória brasileira por 3x2 e o carimbo de 100% na fase de grupos. Nas quartas de final diante do Peru, Pelé não fez gol, mas contribuiu com uma assistência para Tostão marcar. O Brasil venceu os peruanos por 4x2. Na semifinal, um velho conhecido: o Uruguai, que seria adversário da Seleção pela primeira vez desde 1950, quando os uruguaios venceram os brasileiros no Maracanã.

No entanto, 20 anos depois a história foi diferente. Pelé não fez gol, mas deu uma assistência para Rivelino fazer o terceiro gol brasileiro e sacramentar a vitória por 3x1, garantindo o Brasil na final. Um lance que ficou marcado nesse jogo envolveu o camisa 10 da Seleção. Pelé recebeu o passe de Tostão, driblou o goleiro sem tocar na bola e chutou, mas a finalização acabou indo para fora.

Na final, um baile: 4x1 para cima da Itália, com um show particular do rei. Abriu o placar aos 18 minutos do primeiro tempo e serviu Jairzinho fazer o terceiro gol do Brasil aos 26 da etapa final e tocou para Carlos Alberto Torres fazer o quarto aos 41 do segundo tempo, que fechou o marcador e deu números finais ao placar. O último gol daquela Seleção é considerado um dos mais bonitos da história das copas e a final contra a Itália é, para muitos, a maior atuação daquele esquadrão comandado por Zagallo.

Ao fim do torneio, Pelé terminou o Mundial do México com quatro gols e seis assistências. Ou seja, participação em dez dos 19 gols brasileiros no torneio. Com essas atuações, também foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo e se aposentou em grande estilo: sendo tricampeão do mundo e apagando o fantasma da lesão em 1966. Uma despedida digna do rei.

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