OLIMPÍADAS

Após operar o joelho, tricampeão pan-americano investe em fisioterapia e treino funcional mirando medalha nas Olimpíadas

Fernando Reis, de 30 anos, é uma das esperanças de medalha do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio

Lucas Holanda
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Lucas Holanda
Publicado em 03/09/2020 às 13:11 | Atualizado em 03/09/2020 às 13:16
COMITÊ OLÍMPICO DO BRASIL
Fernando é uma das esperanças de medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2020. - FOTO: COMITÊ OLÍMPICO DO BRASIL

O halterofilista Fernando Reis viveu um momento difícil na carreira em dezembro de 2018. Isso porque ele teve uma grave lesão no joelho esquerdo e, por conta disso, precisou ir para uma sala de cirurgia para reconstruir o tendão quadricipital. Um mês antes da operação, o atleta teve um dos momentos mais marcantes: conquistou um inédito quarto lugar no Mundial de Asgabate. No entanto, não teve muito tempo para comemorar por conta da lesão.

"Lembro muito bem de perguntar ao doutor Caio D’Elia quando fiz a cirurgia: 'vai dar tempo de competir nos Jogos Pan-americanos?' E ele me disse que não havia um parâmetro de comparação, porque não existia uma pessoa que levantasse tanto peso quanto eu nas Américas”, relembra o halterofilista, que já sabia que o tempo de recuperação duraria de seis a oito meses. "E, em seis meses, eu estava ganhando o Pan", disse Fernando, que é tricampeão do evento (Guadalajara 2011, Toronto 2015 e Lima 2019).

Mesmo saindo vitorioso no Pan-Americano de Lima, no Peru, Fernando estava consciente de que não estava na forma ideal e de que precisava de alguns meses para ficar 100%. Não apenas pela grave lesão, mas sobretudo pela parte física. A partir daí, se aproximou de vez da equipe multidisciplinar do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

"Em fevereiro deste ano, vim ao Laboratório Olímpico fazer medições pós-cirúrgicas e realizamos alguns procedimentos para ver a diferença de força entre as pernas. O resultado foi uma desproporção considerável, de 30%, entre a perna esquerda e a direita. Foi quando comecei a fazer muito trabalho de fisioterapia e fortalecimento", explica o atleta de 30 anos, que atualmente mora em Miami (EUA).

Fernando também explica que a sua evolução no esporta passa muito pela mudança do tipo de treinamento que ele fez. "Comecei a fazer um trabalho unilateral de fortalecimento das pernas. Foi uma atividade menos agressiva com as cargas do levantamento de pesos, e mais funcional. Trabalhamos os músculos pequenos para corrigir debilidades entre as pernas esquerda e direita. Foi algo diferente que apliquei no meu programa de treinamento, e estamos diminuindo esse gap", afirmou o atleta.

Na última semana, o halterofilista retornou ao Centro de Treinamento Time Brasil, no Rio de Janeiro. Ele voltou para realizar testes e analisar se o trabalho estava sendo efetivo para a evolução. Seis meses depois do início deste treinamento, os resultados mostraram que o equilíbrio de força entre as pernas está perto do nível ideal que o atleta projeta.

"Houve algumas mudanças no protocolo de segurança, porém isso não alterou a minha rotina de treino. Fui um afortunado, tinha uma academia à minha disposição 24 horas por dia. Consegui treinar e me recuperar. Já estou 100% e, se os Jogos Olímpicos fossem realizados hoje, estaria preparado para competir. Como temos mais tempo de preparação agora, é polir para chegar muito bem, sem cometer erros, e conseguir pegar essa medalha", finalizou.

 

 

 

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