Referência nas provas de salto triplo e em distância do Brasil, a pernambucana Keila Costa encara um período de treinos no Recife durante a pandemia do novo coronavírus. Em casa e ao lado da família, a atleta trabalha para fortalecer dois sonhos: a classificação nos Jogos Olímpicos de Tóquio e a carreira como treinadora de atletismo.
Keila tem 37 anos e é uma das referências das provas de salto triplo e em distância do País. Apesar do desejo de se classificar para sua quinta Olimpíada na carreira, a pernambucana observou a jornada se tornar mais desafiadora quando perdeu o apoio do clube, em 2018. Desde então ela treina por conta própria e por amor ao esporte. "Em 2019 eu ainda competi pela Orcampi, mas em 2020 decidi não competir mais. No começo do ano eu resolvi investir nos meus treinos e fui para Califórnia, nos Estados Unidos. Aí veio a pandemia e pegou todo mundo de surpresa", relembrou Keila.
A pernambucana reúne em seu currículo participações nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016.
Treinos, planos e retorno para casa
No início da pandemia, em março, ela adaptou a rotina de treinos em casa e depois, com a flexibilização de alguns espaços, transferiu as atividades para os parques. Voltou para o São Paulo em julho. Logo em seguida retornou para o Recife, onde mora com a mãe. Na capital pernambucana Keila tem treinado na pista de atletismo do Centro Esportivo Santos Dumont e em Piedade. O sonho olímpico de Tóquio-2020, ela confessa, é uma ousadia que permanecerá com ela nos próximos meses.
"É muita ousadia dizer que tenho esse objetivo. Mas é um desejo pessoal. Continuo treinando, mas minha maior intenção é aprender. Quero voltar para os Estados Unidos para treinar, aprender, fazer cursos sobre o esporte e melhorar meu inglês. Muitos jovens me perguntam se estou treinando atletas e me procuram para treino. Mas agora não quero começar um projeto e depois seguir viagem e abandoná-los", revelou Keila, que firmou parceria com uma loja de roupas esportivas no Recife.
O planejamento da saltadora é voltar para os Estados Unidos no início de 2021 e retomar as atividades que iniciou antes da pandemia. Ela torce para que tudo siga o plano, os casos de covid-19 diminuam e ela consiga viajar. A pernambucana também disse que esse ano não competirá mais. Sobre o futuro e os novos projetos, Keila não coloca prazos. Apenas segue sua intuição sobre o que acha correto seguir em frente.
Comentários