A CBF recebeu sinalização positiva do Governo Federal para colocar em prática o protocolo da volta da torcida aos estádios. De acordo com o jornal O Globo e a Rádio Bandeirantes, o Ministério da Saúde aprovou a proposta que prevê 30% de público nos estádios. No entanto, cada estado vai precisar fazer o seu protocolo e adotar medidas necessárias para receber o público. Além disso, claro, é necessário o aval das secretárias de saúde estaduais e também o aval dos clubes - onde ainda não há um discurso uniforme, ao menos no momento.
De acordo com a assessoria do Governo de Pernambuco, a volta de torcida - mesmo que de forma parcial - aos estádios ainda não tem data para acontecer. Além disso, confirmou que a decisão final sobre se vai haver público ou não pertence aos estados, como diz a medida do Ministério da Saúde. Vale lembrar que a volta de torcida parcial aos estádios está na etapa 10 do plano de convivência da covid-19 em Pernambuco - o estado está na etapa 8.
Como depende de cada estado decidir se vai haver ou não a presença de público, ainda não se sabe quando os estádios vão voltar a receber torcida, mesmo com a liberação do Governo Federal. Isso porque a maioria dos clubes quer que todo mundo volte em condições iguais, não apenas com alguns times tendo a liberação das secretárias de saúde e recebendo os torcedores.
Nessa segunda-feira, a reportagem da Rádio Jornal e do Jornal do Commercio entrou em contato com os representantes de Náutico, Santa Cruz e Sport para escutá-los sobre o tema. E os três se mostraram favoráveis ao retorno parcial dos torcedores aos estádios. Confira.
NÁUTICO
No Náutico, o presidente Edno Melo se mostrou favorável ao retorno, desde que seja feito com os clubes respeitando o protocolo e com segurança. “Eu sou totalmente a favor, você está vendo o que está acontecendo no país todo. Já está liberando praias e shoppings, então o futebol está sendo pego como um bode expiatório para justificar alguma coisa. A gente tem uma despesa muito alta para fazer um jogo. Você só ter a despesa e não ter receita nenhuma é um prejuízo muito grande aos clubes”, disse Edno Melo, que completa afirmando que o estádio dos Aflitos tem capacidade receber 30% da torcida, o que seriam seis mil torcedores por partida.
“A CBF entregou o protocolo ao Governo Federal de como seria esse protocolo de volta, com 30% de capacidade do estádios e etc. Ainda não foi debatido com os clubes, mas não acredito que nenhum clube seja contra. A solicitação é de 30%, então seriam seis mil torcedores. Seis mil torcedores nos Aflitos dá tranquilo. Fazendo todo o protocolo de segurança, não tem por que não liberar. Desde que seja dentro das normas e com segurança”, afirmou Edno Melo, que completa defendendo o retorno da torcida de forma uniforme. “Eu não acho que vão liberar alguns clubes, e outros não. Ou libera tudo ou nada. Não acredito que a CBF vá cometer esse erro. Todo mundo tem que voltar em condições de igualdade”, completou o mandatário.
SANTA CRUZ
No Santa Cruz, vice-presidente Tônico Araújo também defendeu o retorno dos estádios, respeitando o protocolo de capacidade reduzida e também como medidas de segurança. “Antes de tudo nós temos que respeitar às autoridades sanitárias. Entretanto, eu acho que temos que observar o que vem acontecendo, com a praia liberada e lotada. Se o governo tiver coragem e pensar no bem dessas pessoas que gostam dessa atividade esportiva, deveria disciplinar o uso dos estádios. E não é tão difícil, basta pensar, sem cometer nenhum ato de irresponsabilidade”, disse o mandatário, que completa citando a Arena de Pernambuco como possibilidade do local para este retorno inicial da volta da torcida.
“Aqui em Pernambuco, por exemplo, você poderia começar com a Arena de Pernambuco. Lá tem vários portões de acesso, evita filas enormes e a aglomeração com cadeiras marcadas. Vamos começar pela a Arena de Pernambuco, é a minha sugestão. Não é que os outros estádios não tenham condições, mas seria minha sugestão”, disse Tônico, que completa destacando que acredita que é o momento para se debater o retorno do público aos estádios.
“Eu acho que a gente já tem que debater porque é só olhar os exemplos que eu dei. Você pode disciplinar um estádio. Se tem um estádio com capacidade 30 mil pessoas, 10% disso é três mil pessoas. Então é um número ideal. Agora se os clubes e a federação não pressionarem, o governo do estado não vai fazer nada”, explicou o dirigente.
SPORT
Em entrevista ao comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal, o presidente Milton Bivar defendeu o retorno do público de forma uniforme. De acordo com o mandatário, as despesas estão ficando cada vez mais pesadas e, com a renda, dá um ‘alívio’ financeiro na hora de pagar essas contas.
“Eu acho que tem que abrir para todo mundo. Para o Sport é muito necessário. A gente já fez um levantamento aqui e as despesas de jogos aqui vão chegar até R$ 750 mil. É muito dinheiro. E a gente vai tirar isso do bolso? Fica difícil. Mas você tendo a renda não. Se você tem a renda, consegue abater e pagar essas despesas”, afirmou o presidente do Sport.
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