esporte e política

Presidente da OAB, Felipe Santa Cruz defenderá Carol Solberg no STJD

Carol Solberg foi denunciada por ter gritado "Fora Bolsonaro" em entrevista ao vivo após jogo do Circuito do Brasil de vôlei de praia

JC
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Publicado em 29/09/2020 às 12:00 | Atualizado em 29/09/2020 às 12:14
WANDER ROBERTO/INOVAFOTO/CBV
POLÊMICA Carol havia sido punida por ter gritado "Fora Bolsonaro" - FOTO: WANDER ROBERTO/INOVAFOTO/CBV

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz defenderá a jogadora de vôlei de praia Carol Solberg no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei pelo "Fora Bolsonaro" que ela gritou durante entrevista ao vivo do canal SporTV após conquistar a medalha de bronze em etapa do Circuito Brasileiro. O julgamento deve acontecer até a próxima semana.

>> Carol Solberg é denunciada pelo STJD por gritar "Fora Bolsonaro"

A denúncia é baseada em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O primeiro é o 191 que aponta descumprimento ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição". O segundo, o 258, por assumir qualquer conduta contrário à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras do Código à atividade antidesportiva".

Carol pode ser multada entre R$ 100,00 e R$ 100 mil ou ser advertida de acordo com o artigo 191. Já o artigo 258 prevê suspensão de uma a seis jogos ou 15 a 180 dias. De acordo com Juca Kfouri, colunista do site Uol, Felipe Santa Cruz recebeu o convite para defender Carol por sua mãe, Isabel Salgado. O presidente da OAB aceitou imediatamente.

Liberdade de expressão

Carol Solberg defende a liberdade de expressão para qualquer pessoa, independente de sua profissão ou religião. Nas redes sociais, a jogadora de vôlei vem sendo bombardeada por críticas depois do grito de "Fora Bolsonaro". Ela rebateu sobre o direito de livre manifestação no Brasil. Felipe Santa Cruz, por sua vez, também defende os direitos humanos, em especial de minorias como mulheres e negros. 

No início da semana ela questionou o conexão entre esportes e políticas e a tendência que as autoridades estão tomando em silencias os atletas.  "Esse episódio que vivi ao longo dessa última semana me fez pensar muito sobre o porquê de tantas pessoas acharem que política e esporte não devem se misturar. A própria Comissão de Atletas do Vôlei de Praia emitiu uma nota dizendo que lutará para silenciar os atletas. Acredito que está mais do que na hora de refletirmos sobre isso e tentarmos entender de onde vem essa máxima. Quem disse que atleta não pode se manifestar politicamente? Quem disse que esporte é só entretenimento?", questionou Carol nas redes sociais. 

Há muitos interesses políticos envolvidos na denúncia de Carol Solberg. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), patrocinada pelo Banco do Brasil, divulgou nota oficial condenando a atitude da jogadora. "A Comissão Nacional de Atletas vem, através desta, ressaltar que não é favorável a nenhum tipo de manifestação de cunho político em competições esportivas", diz trecho da nota. O Banco do Brasil não se pronunciou sobre o assunto, mas enviou mensagem dizendo estar triste e insatisfeito com o comportamento da jogadora.

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