BEACH SOCCER

Títulos, ídolo e Seleção: pernambucano Rafael Padilha fala sobre sua carreira no Beach Soccer

Em entrevista ao Jornal do Commercio, o goleiro que já foi campeão da Copa do Mundo falou sobre a sua carreira, projetos e muito mais sobre a sua carreira vitoriosa no Beach Soccer

Lucas Holanda
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Lucas Holanda
Publicado em 28/10/2020 às 13:39 | Atualizado em 28/10/2020 às 13:39
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BOLA Além do beach soccer, Rafael jogava futsal e futebol de campo. Mas foi na areia que se consagrou e é convocado desde 2012 pra a seleção - FOTO: REPRODUÇÃO/ INSTAGRAM

Pernambuco tem uma grande referência no Beach Soccer. Trata-se do goleiro Rafael Padilha, de 27 anos, e que já empilhou títulos durante a sua vitoriosa carreira. Natural de Jaboatão dos Guararapes, o atleta está no futebol de areia desde os sete anos de idade, quando começou a jogar algumas competições pelo SESC de Piedade, bairro de sua cidade natal.

Além do Beach Soccer, ele também jogava futsal e no futebol de campo. No entanto, foi no futebol de areia em que ele despontou e se tornou uma das referências da profissão. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o pernambucano falou sobre o seu início nas areias, ida para a Seleção Brasileira, títulos em clubes e com a camisa da amarelinha ídolos e muito mais.

"Com 17 anos, eu fui convocado pela Seleção Pernambucana para a Copa Nordeste, em 2011. Joguei três etapas de Copa Nordeste pela Seleção Pernambucana, em que eu fui o melhor goleiro em duas etapas. A gente não foi campeão de nenhuma, mas eu me destaquei em duas. Naquele ano eu também joguei a Copa do Brasil em Manaus pelo Santa Cruz, que foi quando os clubes passaram a chegar no Beach Soccer", afirmou o goleiro pernambucano.

Seleção Brasileira

A primeira convocação para a Seleção Brasileira veio em 2012, quando o então treinador Gustavo Zloccowik, que também era pernambucano mas não conhecia Rafael Padilha, convocou o goleiro para vestir a camisa da amarelinha. "Fui convocado para Brasil x Seleção do Mundo, onde fiquei como terceiro goleiro. Foi uma experiência boa", afirmou.

Essa convocação, aliás, foi fundamental para o pernambucano perceber que estava no caminho certo. Ele até chegou a se profissionalizar no futebol de campo, mas teve na estatura um entrave para continuar carreira. No futsal, jogou até os 20 anos, atuando em grandes clubes aqui de Pernambuco, como Santa Cruz e Sport. No entanto, as coisas no Beach Soccer foram mais imediatas, o que fez ele perceber que estava no caminho certo e que tinha muita qualidade.

"As coisas no Beach Soccer aconteceram muito rápido. Em 2011 eu tive a minha primeira competição, e em 2012 já fui convocado para a Seleção, vendo caras de alto rendimento e grandes referências. Então foi um choque de realidade. Com 17, 18 anos eu vi que tinha muito a dar no Beach Soccer, e hoje eu não me arrependo, e graças a Deus eu estou muito realizado", afirmou.

 
 
 
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Seleção brasileira de beach soccer ??????????

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Depois de alguns anos, entre idas e vindas na Seleção Brasileira, se firmou como o terceiro goleiro da amarelinha em 2015, que na época era comandada pelo técnico Alexandre Soares. Rafael Padilha, inclusive, por pouco não disputou a Copa do Mundo daquele ano, que aconteceu em Portugal. Ele treinou com a equipe até o último dia, mas acabou não viajando.

No entanto, as coisas mudam em 2016. O técnico Gilberto Costa, que até hoje comanda a Seleção Brasileira, deixou Rafa Padilha e o experiente Mão como os principais goleiros da amarelinha, o que fez o pernambucano conquistar títulos importantes, como por exemplo a Copa do Mundo de 2017, além de também estar próximo de uma marca especial: 100 jogos pela Seleção.

"Acredito que nunca fiquei de fora de uma competição (desde 2016), a não ser as eliminatórias por lesão. Estou perto de completar 100 jogos pela Seleção, uma marca bem especial e que a princípio a gente nem conta, mas o pessoal avisa, e é claro que é uma coisa que a gente almeja. É um sonho vestir a camisa da Seleção. Quando você para e pensa que está perto de 100 jogos, já disputou duas Copas do Mundo, ter sido campeão de uma Copa do Mundo, aí cai a ficha de que você está no caminho certo", afirmou.

Sobre Mão, goleiro com quem o pernambucano disputa a titularidade na Seleção, Rafael Padilha disse que é uma inspiração para ele, tanto no lado técnico como também no quesito liderança. "Sempre vai ser Mão. É um ídolo para mim. Já acompanhava ele desde a TV, e hoje é ainda mais ídolo. Ele treina comigo em alto nível, não deixa o nível cair, está sempre ali comigo, se doando. Então na modalidade ele é a minha referência, tanto no aspecto técnico como também de liderança", explicou Rafa Padilha, que completou detalhando sobre o impacto da pandemia do coronavírus nas competições de seleções.

"Para Seleção é um pouco mais difícil porque as fronteiras ainda estão fechadas, então está bem difícil. Eu sei que as competições que iriam acontecer no fim do ano, passaram para o próximo ano. Então a nível de Seleção a gente ainda não tem previsão de nada, por conta das fronteiras", finalizou.

Clubes

Diferentemente do futsal e do futebol, o Beach Soccer não tem um calendário fixo, o que faz os jogadores assinarem com diferentes clubes para disputarem as competições. Por conta disso, é comum que os atletas atuem por equipes distintas na mesma temporada, sobretudo porque a maioria que joga em alto nível defende um time na Europa e outro no Brasil.

"No Brasil eu jogo no Vasco, mas quando começa a temporada do verão europeu, que é de maio até agosto, eu jogo no Braga. Estou há três temporadas no Braga e há cinco anos no Vasco. Nós não temos um calendário fixo aqui (no Brasil), mas temos competições. Esse ano fomos campeões cariocas contra o Flamengo, num jogo de altíssimo nível e com vários jogadores de seleções", explicou.

Rafael Padilha ainda disputou o primeiro turno do Brasileirão pelo Vasco da Gama, competição que é regionalizada na primeira fase. No grupo A, estão os clubes do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e no B estão as equipes do Norte e Nordeste, inclusive com três pernambucanos.

Esse grupo com os clubes da região Norte e Nordeste, aliás, está sendo disputado em Boa Viagem. Deveria ter acontecido em março, mas atrasou por conta da pandemia do novo coronavírus. O Vasco em que Rafael Padilha atua já está classificado para a etapa de novembro, que vai contar com os quatro melhores do grupo A e B.

Sobre o seu desempenho no Braga em 2020, Rafael Padilha foi bicampeão mundial pelo clube português em fevereiro de 2020, quando venceram o Spartak Moscow e a temporada europeia terminou. Aí, ele voltou para o Vasco, onde foi campeão carioca e jogou o primeiro turno do Brasileirão. No entanto, estourou a pandemia do coronavírus, o que fez as competições e treinamentos paralisarem.

"Fiquei em casa durante dois meses, só fazendo treinos online com minha equipe. Em seguida, quando foi soltando a temporada europeia e aqui no Brasil liberando algumas coisas, como treinos individuais, eu comecei a ir para a praia em horários específicos para recuperar o condicionamento físico. A janela europeia não começou em maio, mas sim só no final de julho", disse Rafa Padilha, que completa afirmando como foi o retorno para Portugal.

"Quando abriu a fronteira de Brasil para Portugal, o Braga conseguiu levar a gente. Consegui fazer a temporada toda por lá. A gente disputou a Champions League e o Campeonato Nacional, mas infelizmente a gente foi vice das duas depois de vencer as duas por três vezes", explicou.

 
 
 
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Chegamos ao fim de mais uma temporada europeia ???????? Foram muitos dias fora de casa, e como sempre com aquele profissionalismo exemplar que o @sportingclubedebraga da a seus atletas na figura de @torresbruno4 @torres202 @joelpereira08 . Queria agradecer a todos os membros da comissão técnica e aos atletas por todos os momentos vividos. Vitórias, derrotas, isso são coisas que apenas o esporte pode nos proporcionar porém tenho a certeza que pude dar meu melhor individualmente e coletivamente em pro da equipe. Posso dizer que após 8 competições disputadas desde que cheguei e 6 títulos conquistados, essa foi uma temporada muito abaixo das tradições do clube. Momento de seguir em frente, olhar os erros, planejar o futuro e principalmente voltar pra casa para ver minha família, o quão eu luto todos os dias. Obrigado Braga por mais uma temporada! #rp12 #braga #gratidao

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Carreira

Com a próxima fase do Brasileirão de Beach Soccer em novembro, o goleiro Rafael Padilha para defender o Vasco e ir em busca de mais um título, já que o clube carioca é um dos favoritos na competição. Sobre as dificuldades da carreira no Beach Soccer, o pernambucano afirmou que não ter um calendário fixo é um grande entrave, e por conta disso os jogadores disputam várias competições por clubes distintos.

"O mais difícil no Beach Soccer é essa questão do calendário. A maioria das pessoas vive de cachê. Tem uma competição aqui e a gente vai. Depois tem outra ali e a gente vai. É o nosso ganha pão. A gente até brinca que temos uma vida de artista. Sem ter calendário fica mais difícil a gente mostrar uma proposta para um clube de camisa, para que clube e empresário possam investir na nossa modalidade, que está passando por uma transição, se tornando-se profissional hoje", afirmou Padilha, que completa explicando sobre a importância de buscar sempre o alto nível.

"Porém a gente tenta sempre se manter do jeito que dá. Investindo dinheiro, no nosso treinamento para que a gente esteja sempre no alto nível, para que quando precisarem a gente esteja no alto nível, seja no clube ou Seleção", explicou.

Por fim, o goleiro da Seleção Brasileira manda um recado para o público, sobretudo para os pernambucanos, reforçando que o estado tem grandes referências no Beach Soccer. "Isso aqui é uma profissão honrada e os pernambucanos são referências no Beach Soccer, e muita gente acaba não sabendo disso. Então acompanhem o Beach Soccer, porque é uma modalidade que vai dar muitos frutos para o nosso estado, e nós queremos continuar honrando o nosso estado", finalizou.

 
 
 
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#TBT do Bi campeonato mundial de clubes ???????? @sportingclubedebraga

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