Seis décadas de futebol, carisma, personalidade forte e polêmicas. Nesta sexta-feira (30), Diego Armando Maradona completa 60 anos de uma vida repleta de belas jogadas em campo, mas alguns comportamentos no mínimo complicados fora dele. Ou até dentro das quatro linhas mesmo Don Diego causou polêmica.
Ainda jovem, o então jogador foi um dos protagonistas da violenta final da Copa do Rei de 1984, no Santiago Bernabéu. O Athletic Bilbao buscava o título da competição para fazer a dobradinha com a La Liga, que havia vencido. O Barcelona vivia momento conturbado. Antes do jogo, Javier Clemente, técnico do time basco, havia xingado Maradona, esquentando o clima. Veja um resumo da carreira de Maradona no vídeo abaixo, produzido pelo canal de streaming Danz.
Com o cronômetro já girando, Bern Schuster provocava a torcida e objetos eram atirados no jogador. Mas o Bilbao conseguiu a vitória por 1x0. Após o apito final, porém, o jogo ganhou o status polêmico que hoje carrega. Irritado com uma fratura que sofreu meses antes após entrada de Goikoetxea, Maradona só ficou mais enraivecido com outra entrada do jogador.
A torcida basca gritava insultos xenofóbicos e Miguel Ángel Sola provocou o argentino ainda mais. O estopim da confusão generalizada. Maradona acertou uma cabeçada em Sola e uma joelhada em outro adversário. Goikoetxea acertou uma voadora no camisa 10 e assim os outros jogadores se juntaram à briga, que se estendeu também para as arquibancadas, com objetos sendo jogados em campo. A sangrenta batalha encerrou a passagem de Don Diego pelo Barcelona, aos 24 anos.
Claro que entre as polêmicas do craque argentino não faltaria um capítulo diante do Brasil. Justamente no último encontro entre as seleções rivais em uma Copa do Mundo, na edição de 1990. O lateral brasileiro Branco pegou uma garrafa de água do massagista da seleção alviceleste e ficou grogue em campo. A confissão só veio anos depois, aos risos.
Em 2004, Maradona contou que "alguém" colocou algumas gotas de um tranquilizante psiquiátrico na água. "Não retiro nada do que eu disse. Foi tudo verdade", reforçou Maradona, em 2005. O massagista envolvido, Miguel di Lorenzo, o Galíndez, nega, porém, e diz que tudo não passa de uma lenda e uma desculpa da seleção brasileira. O conteúdo da garrafa nunca foi analisado. Técnico do Atlético de Madrid, Diego Simeone fala sobre ter jogado com Maradona no vídeo abaixo, produzido pelo canal de streaming Danz.
O que de fato passou por exames laboratoriais e complicou a carreira de Maradona aconteceu no ano seguinte. Em 1991, o camisa 10 sofreu aquela que talvez seja a maior derrota de sua vida. Flagrado no antidoping por uso de cocaína, o argentino foi banido dos gramados pela Fifa por um ano e três meses, quando defendia a italiana Napoli.
Ele chegou a ser acusado de tráfico na Itália, mas apenas pagou uma multa. Quando desembarcou na Argentina, dias depois, foi preso em seu apartamento em Buenos Aires. De acordo com a polícia, a quantidade de droga apreendida no local era muito grande para ser de consumo só do ex-jogador. Maradona passou mais de um ano na prisão.
Quando saiu, voltou ao futebol. Poucos tempo depois, em fevereiro de 1994, ele rescindiu o contrato com o Newell's Old Boys. Em frente à casa de Don Diego, jornalistas faziam plantão e foram expulsos pelo craque com tiros de uma espingarda de ar comprimido. Processado pelos profissionais de imprensa, ele foi condenado em 1998 a dois anos e dez meses de prisão, mas foi punido com uma multa.
Na Copa do Mundo de 1994, voltou a ser flagrado no doping e pegou outra suspensão por um ano e três meses. A substância dessa vez foi efedrina, composto químico que aumenta a força e melhora reflexos, mas é também usado em medicamentos para gripe. No caso do atleta, ele não tinha prescrição e não informou à Fifa que havia tomado remédio, já que o doping é caracterizado pelo mínimo cinco partes da efedrina por 1 milhão de partes de urina.
O início do fim da carreira de Maradona nos gramados. Ele ainda chegou a jogar até 1997, mas já não era mais o mesmo em campo. Aos 39 anos, em 2000, Diego foi para Cuba fazer tratamento contra a dependência de álcool e cocaína. A escolha pelo país caribenho se deu por sua amizade com o então comandante Fidel Castro, a quem Don Diego homenageou com uma tatuagem na panturrilha (ele também tem uma do guerrilheiro Che Guevara no ombro direito) em mais um movimento do ex-jogador que dá o que falar. Veja o ex-jogador falando sobre o vício das drogas no vídeo abaixo, produzido pelo canal de streaming Danz.
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