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Após três demissões na temporada, Sílvio Criciúma desabafa após novo desligamento no Central

Sílvio Criciúma foi contratado no início do ano para conduzir o Central na Série D e buscar o acesso

Gabriela Máxima
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Gabriela Máxima
Publicado em 23/11/2020 às 14:10 | Atualizado em 24/11/2020 às 7:30
ALEXANDRE GONDIM/JC IAMGEM
Silvio Criciúma foi demitido do Central após derrota diante do Itabaiana - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/JC IAMGEM

A derrota do Central por 2x1 diante do Itabaiana pela Série D culminou na demissão do técnico Sílvio Criciúma faltando apenas um jogo para o encerramento da primeira fase da competição. O treinador foi avisado de seu desligamento logo depois da partida em recado enviado por um diretor de futebol. Nas redes sociais, o clube informou que Sílvio Criciúma não é mais comandante da Patativa e agradeceu a contribuição do treinador nos últimos meses. A oficialização da demissão, no entanto, será feita em reunião na tarde desta segunda-feira. Sílvio revelou que aguarda a direção do clube chamá-lo para oficializar a demissão.

 
 
 
 
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Contratado em fevereiro para conduzir a Patativa na Série D, ele disse que esta não foi sua primeira demissão no clube. O clima nos bastidores se arrasta em conflitos há semanas. Ele e os jogadores acumulam salários atrasados, falta de apoio na disputa da Série D e greve dos jogadores. Em determinado momento, Sílvio disse que precisou tirar dinheiro do próprio bolso para garantir a hospedagem de dois atletas porque o clube só banca o orçamento de 18 jogadores. Diante de tanta instabilidade para seguir trabalhando, Sílvio falou que escolheu permanecer no Central pelo compromisso que assumiu com os jogadores,  com o clube e com ele mesmo. O acesso à Série C era um sonho maior. O Central está agora na 5ª colocação do grupo 4 da Série D, com 18 pontos. Mesma pontuação tem o Coruripe, que enfrenta nesta segunda-feira, às 15h, o Potiguar de Mossoró. Se a equipe alagoana confirmar o triunfo, o Central está automaticamente eliminado do campeonato. >> Central perde para Itabaiana, se complica na Série D e demite técnico  3 demissões Ele contou sobre as três  demissões ao longo da temporada. "Já fui demitido três vezes. Uma semana antes do campeonato começar. Parecia que o clube queria contratar outro treinador. Depois fui readmitido porque os jogadores se reuniram e disseram que não iriam jogar se eu realmente fosse demitido. Na segunda vez aconteceu a mesma coisa. No sexto jogo, após cinco empates, o presidente deu uma chacoalhada, os atletas souberam e entraram na sala dele e disseram que se houvesse demissão ninguém entraria em campo. Esse tipo de coisa aconteceu também porque os salários estão atrasados. O meu desde agosto e os atletas receberam 50% dos salários de setembro", revelou o treinador. Sílvio lembrou novo conflito na véspera da partida contra o ABC, na 11ª rodada. "Para o jogo contra o ABC (empate por 0x0) houve novamente greve dos atletas. Eu consegui reverter. O presidente da Federação Pernambucana de Futebol ajudou e Evandro Carvalho fez uma intervenção. O grupo foi para o jogo. Mas o presidente (Alexandre César) tinha se protegido com inscrição dos atletas da base. E aí  pareceu que tinha dado uma acalmada. Até entrar um diretor que também é empresário de um jogador do clube e quis me demitir", falou.

 
 
 
 
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Central dividido em três Sílvio Criciúma disse que o Central hoje está dividido em três grupos com objetivos distintos. "O primeiro grupo é formado por mim e pelos atletas. A gente quer brigar pelo acesso. O segundo grupo quer vender jogador e o terceiro quer formar time para o ano que vem. O diretor que entrou há poucos dias e que me demitiu é empresário e entrou no clube para formar o grupo para o próximo ano. Ele teve autonomia para me demitir e é com ele que vou me reunir hoje a tarde", comentou o treinador. Por conta da crise nos bastidores, Sílvio disse que enfrentou muitas dificuldades para conseguir treinar a equipe. Além dos salários atrasados, greve dos atletas, desfalques por conta da covid-19. Em alguns momentos ele precisou se posicionar diante dos conflitos para seguir com o trabalhos. A postura, ele acredita, incomodou parte da direção. "Eu me posicionei. Eu paguei diária para atleta porque o clube só pagava para 18 atletas. Eu paguei para mais dois atletas por duas vezes. Antes do jogo eu me posicionei e disse que 'eu coloco dinheiro meu. porque eu vou atrás do meu objetivo. É a classificação, é título'. E isso causou insatisfação da parte diretiva. Não me arrependo de nada porque fiz pelo compromisso que firmei com os atletas, comigo e com o clube. Quero a classificação, o acesso. Essas adversidades só fortaleceram", concluiu.

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