LUTO

Copa de 1986: a consagração de Maradona com o bicampeonato da Argentina

Com cinco gols, dois deles nas quartas de final contra a Inglaterra, sendo um de mão e outro driblando cinco adversários, fizeram Maradona ser o grande craque da Copa do Mundo de 1986.

JC
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Publicado em 25/11/2020 às 14:40 | Atualizado em 25/11/2020 às 19:09
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Maradona foi o grande protagonista da Copa do Mundo de 1986, vencida pela Argentina - FOTO: Foto: Reprodução

Depois de não ser incluído pelo técnico César Luís Menotti no grupo que ganharia a Copa de 1978 e ter sido discreto em 1982, na Espanha, quando chegou a ser expulso contra o Brasil, Maradona encantou o mundo no México, em 1986. Foi o grande protagonista do título da Argentina, consolidando-se como uma estrela universal do futebol. Foi lá que marcou seus gols mais famosos: o polêmico a 'mão de Deus' e o mais bonito da história das Copas do Mundo, ambos contra a Inglaterra nas quartas de final, vencida pelo hermanos por 2x1. Por tudo isso, a sua morte nesta quarta-feira (25) causa uma comoção mundial. 

Em um dos jogos mais tensos da história das Copas, em virtude da recente guerra das Malvinas entre argentinos e ingleses se encontraram nas quartas de final da Copa do México, em 1986. Maradona abriu o placar com um gol de mão, em disputa com o goleiro Peter Shilton. Apesar da reclamação do English Team, o lance foi validado, algo que parece absurdo em tempos de VAR. Mas na época nem se falava em árbitro de vídeo e o gol entrou para a história, sendo batizado depois como "La mano de dios", ou a mão de Deus.

O segundo gol da Argentina contra a Inglaterra foi uma pintura. Maradona partiu no campo defensivo da sua equipe, enfileirou cinco ingleses e o goleiro Peter Shilton até empurrar para o fundo da rede, marcando o que seria eleito depois o gol mais bonito até hoje de todos os Mundiais. A Inglaterra ainda descontou com seu artilheiro Lineker, mas os sul-americanos venceram por 2x1 e, pelo menos de forma simbólica, honraram os milhares de soldados mortos nas Malvinas.

Na sequência da Copa, a Argentina eliminou a Bélgica na semifinal por 2x0, com dois gols de Maradona - fez cinco ao todo na Copa. Na final, triunfo por 3x2 sobre a Alemanha, com o camisa 10 dando o passe decisivo para Burruchaga marcar o terceiro gol, o do título da albiceleste.

OUTRAS COPAS

Na Copa de 1990, Maradona, mesmo com o tornozelo sem estar 100%, levou a Argentina à mais uma final, diante da Alemanha. Vale a pena lembrar que, na campanha, os hermanos eliminaram o Brasil nas oitavas de final, 1x0, gol de Caniggia, após jogada sensacional de Maradona. Mas na decisão, os alemães ganharam por 1x0 e sagraram-se tricampeões.

Após a suspensão por uso de cocaína, Maradona surpreendeu e ficou em forma a ponto de jogar a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Fez um gol na estreia, no 4x0 contra a Grécia e, no jogo seguinte, deu passe para Caniggia marcar no 2x1 contra a Nigéria, no que seria seu último jogo em Copas e pela seleção argentina. Sorteado para o exame antidoping após a partida, foi suspenso pelo uso de substâncias para emagrecer proibidas pela Fifa. "Cortaram minhas pernas", disse o craque na época".

Indomável, Maradona enfrentou o poder do futebol mundial, desafiou o establishment, abraçou líderes da esquerda latino-americana, fez amizade com Fidel Castro, tatuou Che Guevara e é o ídolo de figuras lendárias do esporte universal.

Na Argentina, Maradona despertou devoção e paixões a ponto de alguns fãs terem criado a 'Igreja Maradoniana', cujos fiéis o consideram seu deus. "Gostaria de ver Diego para sempre, driblando por toda a eternidade", cantou a banda de rock Ratones Paranoicos, em uma das dezenas de canções feitas em homenagem ao camisa 10.

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