A eliminação do Flamengo, o atual campeão, nas oitavas de final da Copa Libertadores está causando e vai causar ainda muitas consequências no clube. A derrota nos pênaltis para o Racing, após empate por 1x1 no tempo normal, com o gol marcado nos acréscimos do segundo tempo, não foi bem digerida pela torcida, que protestou no lado de fora do estádio do Maracanã, e pelo técnico Rogério Ceni.
"O peso é gigantesco. A Libertadores tem o maior significado dos campeonatos que nós jogamos na América do Sul. Não há como mensurar o tamanho, o prejuízo financeiro, de confiança, o que pode afetar para o dia a dia. O que temos que fazer é continuar trabalhando firme, fazer com que a equipe produza mais para conquistar o último título, que é o Brasileiro", disse o treinador.
Contratado há cerca de um mês, Ceni foi um dos alvos dos protestos dos torcedores. Criticado pelas escolhas durante o jogo contra os argentino, como as saídas dos meias Arrascaeta e Everton Ribeiro e a entrada de Pedro apenas no segundo tempo, o técnico afirmou que optou por dar mais velocidade ao time após o gol do Racing.
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"Era um jogo que, por mais qualidade que eles (Arrascaeta e Everton) tenham, se faz necessária a velocidade pelos lados. Reforçamos o meio, abrimos Vitinho pela direita e Bruno Henrique pela esquerda, arriscando um pouco mais para manter a pressão", explicou Ceni. "O Pedro não tinha condições de jogar 90 minutos. Avaliamos que 30 minutos era o que poderia entregar de melhor para gente. Pedro vinha de lesão, treinou apenas dois dias com a gente e não tinha condições de jogar uma partida inteira. Seguramos o máximo que deu para colocá-lo".
A eliminação na Libertadores, somada à queda nas quartas de final da Copa do Brasil, vai atrapalhar muito o planejamento financeiro da diretoria, já prejudicado pela pandemia do novo coronavírus e ausência de público nos estádios. O clube deixa de ganhar US$ 3,5 milhões, o equivalente a R$ 18 milhões na cotação atual, além dos R$ 7 milhões perdidos com a derrota para o São Paulo na competição nacional.
Diante de toda a situação, Ceni sabe que já está pressionado no cargo. "Acredito que posso continuar fazendo meu melhor todos os dias. É o que me predispus a fazer quando vim para cá. Trabalhar para fazer com que o time possa pressionar mais, ter mais quilometragem no jogo, melhorar parte tática e técnica. Só não posso controlar o resultado. Isso não é possível da parte de ninguém", afirmou.
"Sei da minha dedicação nos meus últimos 21 dias. Trabalhei de 12 a 14 horas por dia, tentando pensar e realizar treinos para que esse time melhore cada vez mais sua intensidade. Só tenho coisas boas para falar dos atletas. É uma oportunidade fantástica na vida, infelizmente a Libertadores fica para trás", completou.
Com as atenções agora voltadas somente para o Campeonato Brasileiro, o Flamengo volta a campo neste sábado. A equipe faz o clássico carioca contra o Botafogo, no estádio Engenhão, pela 24.ª rodada. Atualmente, o time rubro-negro é o terceiro colocado com 39 pontos, três a menos que o líder Atlético-MG.
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