OLIMPÍADA

Com pouca fanfarra, Tóquio entra na reta final das Olimpíadas

Os participantes olímpicos, de atletas a jornalistas, enfrentam inúmeras medidas para evitar o contágio, incluindo testes de covid-19 frequentes, ou limites a seus deslocamentos.

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JC

Publicado em 16/07/2021 às 15:45 | Atualizado em 16/07/2021 às 15:54
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AFP

Tóquio entrou nesta sexta-feira (16) na reta final para os Jogos Olímpicos, com pouca fanfarra a uma semana da cerimônia de abertura, enquanto as infecções por coronavírus aumentam na capital japonesa. Os organizadores tiveram de proibir a presença do público em todos os eventos da cidade e na maioria das demais localidades que terão atividade olímpica no país.

Os participantes olímpicos, de atletas a jornalistas, enfrentam inúmeras medidas para evitar o contágio, incluindo testes de covid-19 frequentes, ou limites a seus deslocamentos. A vigilância sobre os riscos de infecções se intensificou, já que Tóquio registra atualmente a maior taxa de casos desde janeiro.

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Nesta sexta-feira, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, garantiu que as medidas "estão funcionando". Entre as milhares de chegadas ao Japão desde 1º de julho, apenas alguns casos positivos de covid-19 foram relatados.

Hoje, as autoridades de Izumisano (oeste) relataram o desaparecimento do jovem atleta ugandense Julius Ssekitoleko, de 20 anos, que não compareceu para fazer o teste diário anticovid-19.

ESTADO DE EMERGÊNCIA

O comitê organizador local informou na quinta-feira (15) que um atleta e cinco membros da equipe testaram positivo para o coronavírus. Outros quatro casos positivos foram reportados nesta sexta entre o pessoal olímpico.

Também foram detectados casos em delegações que chegam aos campos de treinamento e um entre funcionários de um hotel onde se hospedam atletas brasileiros.

Bach afirmou, porém, que uma visita à Vila Olímpica o convenceu de que as regras olímpicas "estão em vigor, estão funcionando e estão sendo aplicadas".

"Podemos observar e nos convencer de que todas as delegações estão seguindo as regras e apoiando as regras, porque sabem que é de seu interesse estar seguras", disse ele em uma reunião com a governadora de Tóquio, Yuriko Koike.

A capital se encontra em estado de emergência, mas sem confinamento e, em geral, apenas com a restrição da venda de bebidas alcoólicas e limite do horário de funcionamento dos restaurantes.

As medidas vão continuar em vigor durante os Jogos e poderão ser estendidas para outras regiões, onde os casos estão aumentando.

O Japão enfrentou um surto menor do que outros países, com menos de 15 mil mortes, apesar de não impor confinamentos rígidos. Ao mesmo tempo, sua taxa de vacinação tem sido lenta, com cerca de 20% da população totalmente inoculada.

DELEGAÇÕES

Dezenas de equipes já estão no Japão, com algumas em treinamento em locais espalhados por todo país, e outras na Vila Olímpica, onde as bandeiras nacionais são hasteadas pelas delegações.

A levantadora de peso britânica Sarah Davies postou comentários nas redes sociais sobre a vida nos Jogos da pandemia. "Temos o que chamamos de pátio de prisão", disse ela, em um vídeo postado em sua conta do Instagram.

"Podemos literalmente andar de um lado para o outro deste espaço entre 7 e 10 da manhã, e é a única hora que eles nos deixam sair", acrescentou.

"É realmente a sensação de estar na prisão. Mas, bem, é o que é... Bem-vindo às Olimpíadas, edição covid", comentou.

Outras equipes em Tóquio, como a da natação dos Estados Unidos, ou a ginasta americana Simone Biles, postaram imagens de seus locais de treinamento.

Bach estará em Hiroshima hoje para marcar o início de uma "trégua olímpica" apoiada pela ONU, enquanto o vice-presidente do COI, John Coates, visitará Nagasaki.

"Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são um raio de esperança para um futuro melhor e mais pacífico", declarou Bach, lembrando "o compromisso com a paz" das entidades olímpicas.

A trégua tem como objetivo garantir a suspensão de todas as hostilidades para permitir a passagem segura e a participação de atletas e espectadores nos Jogos.

Bach gerou polêmica ao, supostamente, pedir ao primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, que considerasse permitir público nos eventos olímpicos, se a situação de saúde melhorar.

A imprensa local informou que o pedido foi feito na quarta-feira, em uma reunião entre os dois, e que Suga respondeu que quaisquer mudanças serão decididas pelas autoridades locais e nacionais com os representantes olímpicos e paralímpicos.

Apesar do estado de emergência, até cinco mil espectadores poderão participar de eventos esportivos não olímpicos em Tóquio.

Os organizadores observam que, com os Jogos, é uma situação diferente, porque envolvem vários eventos ao mesmo tempo. Isso aumenta o risco de grandes aglomerações, que poderiam espalhar o vírus.

De acordo com os jornais japoneses, menos de mil pessoas, a maioria autoridades e outros funcionários de alto escalão, estarão presentes na cerimônia de abertura, em 23 de julho.

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