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Ana Claudia, a Lalá, mira pódio nas Paraolimpíadas de Tóquio

Paratleta pernambucana segue para São Paulo onde ficará em isolamento e fará teste da covid-19 antes de seguir viagem no Japão

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Cadastrado por

Marcelo Cavalcante

Publicado em 30/07/2021 às 9:00
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A Paraolimpíadas de Tóquio só começa no dia 24 de agosto, mas a pernambucana Ana Cláudia, a Lalá, já respira o clima da competição.  Na próxima segunda feira, a paratleta de 33 anos, natural de Nazaré da Mata, embarca para São Paulo, onde  ficará no Centro de Treinamento Paraolímpico, para regime de isolamento e realização do teste contra o covid-19, antes do embarque para a capital japonesa. A expectativa de Lalá de conquistas de mais medalhas nas provas de 100 metros rasos classe 42 para amputados ou com deficiência. 

“A minha expectativa para essa edição dos jogos é uma das melhores. Eu estou bem preparada, fisicamente e psicologicamente. A gente vem de uma preparação de cinco anos. Tivemos um corte de 2020, por conta da pandemia, quando seria realizado os jogos, e acabou que isso ajudou a somar mais tempo treinar melhor. Sigo em um ritmo muito forte, na minha melhor versão para garantir vaga no pódio” contou, animada a paratleta.

Lalá faz parte da nova geração de paratletas femininas do país, e uma das principais promessas de medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Há sete anos, ostenta o título de melhor paratleta do Brasil e das Américas.

Filha única, de Maria da Conceição Moraes Martins, empregada doméstica, e José Eduardo da Silva, desempregado, Lalá se apaixonou pelo futebol quando ainda era criança. Aos seis anos, no entanto, sofreu um acidente doméstico que comprometeu o fêmur da perna direita.

Mas não desanimou. Buscou uma nova prática esportiva para chamar de sua. Em 2014, ingressou no Núcleo de Educação Física e Desportivos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e descobriu o paratletismo. Lalá se destacou nas provas de 100m e salto em distância na classe T42.

A partir daí, a pernambucana comemorou muitas conquistas. Participou de competições no Brasil e no exterior, conquistou medalhas e quebrou recordes. Atualmente, ela conta com uma coleção de mais de 50 medalhas de ouro, conquistadas em competições regionais e nacionais. Além disso, guarda ainda, mais 2 (duas) de prata, e 1 (uma) de bronze, do Campeonato Mundial de Doha, no Qatar, em 2016. 

Para repetir os feitos vitoriosos no Japão, Lalá manteve uma rotina de treinos intensa. São quatro horas de atividades, diárias, divididas entre os turnos da manhã e tarde, com saltos, corridas e academia. Além disso, vem recebendo acompanhamento especial de nutricionista, fisioterapeuta e preparador físico.

O técnico Ismael Marques, que acompanha Lalá há sete anos, está otimista quanto à conquista de bons resultados. "Apesar dela ir para disputa com outras atletas que usam próteses, a gente vem em uma evolução de treino muito boa, e com as expectativas grandes para conquista de uma medalha, pois ela está treinando forte para isso”.

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