OLIMPÍADA

Revelado por time de Pernambuco, goleiro Santos é exaltado pela classificação do Brasil à final da Olimpíada

Santos, paraibano de Campina Grande, é goleiro do Athletico-PR e tem ligação com Pernambuco. Ele jogou nas categorias de base do Porto, de Caruaru

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JC

Publicado em 03/08/2021 às 9:31 | Atualizado em 03/08/2021 às 23:46
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A classificação suada da seleção brasileira de futebol masculino à final dos Jogos Olímpicos de Tóquio após vitória sobre o México nas penalidades nesta terça-feira (3) se deve ao goleiro Santos e, segundo os jogadores, ao sangue frio no momento de cobrar as penalidades em Kashima.

Richarlison, Bruno Guimarães e o técnico André Jardine enalteceram o goleiro, responsável por defender a primeira cobrança, e lembraram que o aproveitamento perfeito da equipe nas penalidades é fruto da frieza e também da boa preparação. A equipe treinou pênalti desde o início dos treinamentos no Japão.

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Santos, paraibano de Campina Grande, é goleiro do Athletico-PR e tem ligação com Pernambuco. Ele jogou nas categorias de base do Porto, de Caruaru, equipe que já foi vice-campeã do Estadual duas vezes, em 1997 e 1998 (o título ficou com o Sport), mas tem como grande foco o trabalho com as divisões de base. Longe da elite do futebol local há algum tempo, o clube sequer vai jogar a Série A2 este ano. 

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O COMEÇO

Em 2005, aos 15 anos, Santos, cujo nome completo é Aderbar Melo dos Santos Neto, na busca por uma estabilidade financeira em meio ao difícil contexto de sobrevivência (morava com a família em Cabaceiras, a 180 km de João Pessoa), o caminho do futebol se abriu como oportunidade para Aderbar, acolhido em Caruaru pelo clube do Porto.

Àquela altura, o Gavião do Agreste já era famoso por lançar ao mundo outros heróis, como Josué, Marquinhos, entre outros jogadores que alcançaram a glória através do futebol. Criado em 1993, o clube é um dos grandes responsáveis por fornecer atletas para clubes dos quatro cantos do país.

“O Porto sempre trabalhou em prol da base. Com muita atenção na base, revelamos muitos atletas”, destaca o presidente e fundador do clube, José Porfírio. A quantidade é tamanha, que o gestor sequer faz ideia de quantos jovens lançou ao futebol profissional. “Não tenho como lembrar. São muitos. Todas as vezes em que a gente liga a televisão, vê jogadores que já foram nossos disputando as quatro séries do Brasileiro", disse Porfírio em entrevista ao JC em 2019. 

COPA SÃO PAULO

Mas Aderbar não foi esquecido. Pelo contrário. O goleiro, que logo se tornou líder no elenco Sub-17, foi pivô na melhor campanha da história do clube caruaruense na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2007. O ‘vilão’ da época era o próprio Athletico-PR.

“Ele se destacou muito na época. Foi a nossa melhor campanha na competição. Fomos até as as oitavas de final e ele defendeu um pênalti contra o Atlhetico-PR, mas a arbitragem mandou voltar. Perdemos após quase eliminá-los, mas ele já havia decidido contra o Guarani e como foi muito bem na época, acabou indo para o próprio Athletico-PR”, relembrou Porfírio.

ATHLETICO-PR

De casa nova em 2008, Aderbar trocou o calor do Nordeste pelo frio da Região Sul do país. Aos poucos, o sobrenome Santos ganhou a preferência na hora da identificação dentro de campo. E a troca veio acompanhada de novas grandes conquistas, a começar com o vice-campeonato pelo Athletico na própria Copa São Paulo do ano seguinte.

A estreia na equipe principal veio em 2011, em dois jogos pela Copa Sul-Americana daquele ano, mas Santos precisou esperar a vez, que até então era do ‘rival’ goleiro Weverton, que vigorou como camisa 1 do Athletico de 2012 a 2017. Para Aderbar, restava aproveitar as raras chances.

E foi assim que a história que se encaminhava para um enredo de lamentação encontrou um ponto de virada, quando o Palmeiras contratou Weverton, abrindo espaço para Santos. Desde então, o jovem de Cabaceiras e de Campina Grande se tornou mais uma peça fundamental na meteórica ascensão do Athletico para tomar posto entre os gigantes do futebol brasileiro. Primeiro com a conquista da Copa Sul-Americana de 2018, coroada com a taça da Copa do Brasil (2019), defendendo pênaltis e outros lances decisivos.


 


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