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'Brazilian Storm' pode ter novo surfista que começa a despontar: Deivid Silva

O paulista ficou a dois centésimos do primeiro lugar na etapa do México do Circuito Mundial de Surfe.

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Estadão Conteúdo

Publicado em 21/08/2021 às 12:30 | Atualizado em 21/08/2021 às 12:51
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Não se atreva a fazer qualquer crítica às performances de Deivid Silva nas ondas se, ao seu lado, dona Laudelina, de 74 anos, estiver acompanhando as manobras do neto em alguma competição. Tamanha ousadia pode custar uma resposta atravessada. Quem faz a observação é o não menos coruja Clayton Silva, de 48 anos, pai do brasileiro que, no fim de semana retrasado, ficou a dois centésimos do primeiro lugar na etapa do México do Circuito Mundial de Surfe.

"Ela (dona Laudelina) acompanha tudo o que ele faz na televisão. E não pense que fica só na torcida. A mamãe geralmente sabe quando o Deivid vai bem ou mal antes mesmo de o juiz dar a nota. A identificação deles é muito grande. O Deivid é o primeiro neto. Aí já viu... Quando ele chega, o seu prato preferido, que é costela com batata, já está servido", disse Clayton, em entrevista ao Estadão.

O desempenho de Deivid foi realmente de encher os olhos da família. Até chegar à final, na praia da Barra de La Cruz, ele deixou pelo caminho nomes como Gabriel Medina, número 1 do ranking, e Italo Ferreira, ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na decisão, o duelo foi com o australiano Jack Robinson. E o título acabou escapando da nova promessa por dois centésimos de diferença, para desespero da avó.

"Seu desempenho no México foi muito bom. Sou um cara justo e acho que ele merecia ter vencido. Mas está bom. Com isso, a expectativa só cresce. E sabemos que ele está no meio de muitas feras do surfe. Quem sabe vem mais coisa boa por aí", comentou o pai, orgulhoso.

Surfe em família:

Nascido e criado na Prainha Branca, no Guarujá, litoral sul de São Paulo, Deivid Silva tem 25 anos e sempre teve o mar como extensão de sua casa. O pai, também conhecido por Nenê, foi competidor e levava o filho para os campeonatos amadores. Se conseguia subir ao pódio nesses torneios, era o menino que erguia o troféu conquistado pelo patriarca. O DNA do surfe na família não fica só entre os dois. Valéria, a mãe, também gosta de pegar ondas. Uma cena comum há alguns anos era ver pai, mãe e filho surfando juntos na Prainha.

Dono de um temperamento extrovertido, mas também determinado, Deivid teve nos laços familiares a base para buscar o estrelato na elite do surfe. Em entrevista por telefone, o tio Valclei também comentou da sua contribuição para as primeiras manobras do sobrinho no surfe.

"O pai dele às vezes não podia largar o serviço. E eu revezava para levá-lo nas competições. Ele era bem pequeno. Dava umas dicas de manobras, de como entrar nas ondas e o aprendizado foi rápido. O seu desempenho acabou influenciando o meu filho Eduardo Mota, que hoje tem 19 anos e também está competindo. Foi incentivo do primo."

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