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Tenista Djokovic pode ficar retido na Austrália até a segunda-feira (10)

A viagem de Djokovic provocou um incidente diplomático, já que o presidente sérvio, Aleksandar Vunic, acusou as autoridades australianas de "maus tratos"

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AFP

Publicado em 06/01/2022 às 13:28 | Atualizado em 06/01/2022 às 15:51
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A Austrália não expulsará, de forma imediata, o atual número um do tênis mundial, Novak Djokovic - disse um advogado do governo durante uma audiência nesta quinta-feira (6), enquanto o tenista permanece retido em um centro de imigração. Depois que o sérvio apelou de sua expulsão do país, o advogado do Estado Christopher Tran garantiu que a Austrália não planeja concluir a expulsão antes da audiência, prevista para segunda-feira (10).

A viagem de Djokovic provocou um incidente diplomático, já que o presidente sérvio, Aleksandar Vunic, acusou as autoridades australianas, nesta quinta, de "maus-tratos" ao número um do tênis mundial e considerou que existia uma "perseguição política".

"O que não é jogo limpo é a perseguição política (contra Djokovic), da qual participam todos, incluindo o primeiro-ministro da Austrália, fingindo que as regras são válidas para todos", disse Vucic à imprensa.

O presidente sérvio destacou que vários jogadores foram autorizados a entrar na Austrália nas mesmas condições, ao contrário do que aconteceu com o tenista sérvio.

As autoridades sérvias estão fazendo "todo possível" para ajudar Djokovic. Belgrado disse ter entrado duas vezes em contato com o embaixador australiano na Sérvia e que a primeira-ministra, Ana Brnabic, vai falar com uma autoridade de alto escalão do governo australiano.

Belgrado vai pedir às autoridades australianas que permitam a Djokovic ficar na casa que havia alugado para o Aberto da Austrália, e não no hotel onde se encontra atualmente. Vucic chamou a instalação de "infame".

"Acho que esse tipo de fúria política sobre Novak vai continuar para que eles possam provar algo. Quando você não pode vencer alguém, então você se dedica a esse tipo de coisa", acrescentou.

Alguns fãs se reuniram nesta quinta-feira em frente ao hotel de Melbourne onde o tenista estaria hospedado e pediram sua liberdade.

"Por que não disseram nada a ele antes que chegasse à Austrália? Por que agora?", criticou à AFP Gordana, uma sérvia que viveu 26 anos na Austrália.

Ao menos uma pessoa foi detida quando as forças de ordem tentavam dispersar os manifestantes.

O pai do tenista, Srdjan Djokovic, convocou outra manifestação de apoio ao seu filho em Belgrado.

- Desilusão -
Na terça-feira, Djokovic anunciou em seu Instagram, feliz, que viajava para a Austrália. No entanto, o sérvio, que é contra a vacina obrigatória e cujo status vacinal é desconhecido, sofreu uma grande decepção ao chegar ao país.

As autoridades fronteiriças australianas cancelaram o visto de entrada do tenista.

"O senhor Djokovic não forneceu as provas adequadas para cumprir os requisitos de entrada na Austrália, e seu visto foi cancelado", anunciou a Força de Fronteira da Austrália em um comunicado.

"Os não cidadãos que não tenham um visto de entrada válido, ou cujo visto tenha sido cancelado, serão retidos e expulsos da Austrália", acrescentou.

Djokovic não forneceu evidências de ter a vacinação completa, ou qualquer justificativa para estar isento dela quando pousou, informou o primeiro-ministro conservador Scott Morrison.

"As regras são as regras, especialmente quando se trata das nossas fronteiras (...). Ninguém está acima das regras", afirmou Morrison em entrevista coletiva.

Se for deportado, o tenista sérvio ficará sem a possibilidade de jogar, a partir de 17 de janeiro, o Open da Austrália, onde espera poder buscar seu 10º título e bater o recorde de 20 Grand Slams. Hoje, ele, Roger Federer e Rafael Nadal têm o mesmo número de vitórias.

Nadal disse nesta quinta-feira que o tenista sérvio deve assumir as consequências de não ter se vacinado contra o coronavírus.

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