RACISMO

'Neguinho': F1, Mercedes e até Ferrari repudiam racismo de Nelson Piquet com Lewis Hamilton. Veja o que disseram

Comentários de Nelson Piquet sobre Lewis Hamilton em entrevista causaram polêmica e repúdio no automobilismo

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Emannuel Bento

Publicado em 28/06/2022 às 9:59 | Atualizado em 28/06/2022 às 10:05
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O tricampeão da F1 Nelson Piquet vem despertando repúdio no automobilismo por ter usado um termo racista para criticar ao piloto Lewis Hamilton. O brasileiro usou a expressão "neguinho" durante uma entrevista publicada na internet em dezembro do ano passado.

Na conversa, Nelson Piquet comenta sobre uma batida de Lewis Hamilton com Max Verstappen na última edição do GP da Inglaterra, em julho de 2021. O incidente ocorreu no começo da prova.

"O neguinho meteu o carro e não deixou [Verstappen desviar]. O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro [Verstappen] se fodeu. Fez uma puta sacanagem", disse.

FIA, F1, Mercedes e Ferrari criticam termo racista de Nelson Piquet

A Federação Internacional do Automobilismo (FIA), Fórmula 1 e Mercedes se pronunciaram nesta terça-feira (28).

Em nota, a Fórmula 1 declarou que "a linguagem discriminatória ou racista é inaceitável sob qualquer forma e não tem parte na sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito. Seus esforços incansáveis para aumentar a diversidade e a inclusão são uma lição para muitos e algo com o qual estamos comprometidos na F1".

Já a Mercedes declarou que "condenamos nos termos mais fortes qualquer uso de linguagem racista ou discriminatória, de qualquer tipo".

"Lewis liderou os esforços do nosso esporte para combater o racismo, e ele é um verdadeiro campeão da diversidade dentro e fora da pista. Juntos, compartilhamos a visão para um automobilismo diversificado e inclusivo, e este incidente destaca a importância fundamental de continuar lutando por um futuro melhor", declarou.

O caso ganhou tamanha repercussão que até a Ferrari, equipe rival da Mercedes, se pronunciou: "Estamos ao lado da F1 , Lewis Hamilton e Mercedes contra qualquer forma de discriminação".

A Federação Internacional do Automobilismo (FIA), cujo o presidente atualmente criticou o ativismo de Hamilton, também se posicionou contra o episódio.

"A FIA condena veementemente qualquer linguagem e comportamento racista ou discriminatório, que não tem lugar no esporte ou na sociedade em geral. Expressamos nossa solidariedade a Lewis Hamilton e apoiamos totalmente seu compromisso com a igualdade, diversidade e inclusão no esporte a motor".

Lewis Hamilton é símbolo de luta contra o racismo

AFP
Lewis Hamilton, piloto da Mercedes na Fórmula 1 - AFP
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Lewis Hamilton, piloto da Mercedes - AFP
Crédito Mark Thompson / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Lewis Hamilton já ganhou três corridas em Mônaco - Crédito Mark Thompson / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

O próprio Lewis Hamilton se pronunciou sobre a fala na manhã desta terça-feira (28). "É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes e alvo de minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação", escreveu o heptacampeão no Twitter.

Lewis Hamilton tem sido a principal voz no combate ao racismo dentro da F1 nos últimos anos. O piloto vem promovendo, individual ou coletivamente, iniciativas que buscam aumentar a diversidade dentro da F1.

Ele é fundador da Comissão Hamilton, que em parceria com a Academia Real de Engenharia Britânica, analisou as dificuldades do acesso de pessoas negras e racializadas ao automobilismo.

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