Conheça a história de Nino, zagueiro pernambucano que conquistou ouro olímpico e foi convocado para seleção brasileira principal
O defensor de 26 anos foi lapidado pelo treinador Barão, ainda na infância, e teve breve passagem pelo Sport
Nascido no Recife, o zagueiro Nino, do Fluminense, foi titular em todos os jogos na trajetória olímpica da seleção brasileira e conquistou o ouro nas Olimpíadas de Tóquio. Neste domingo (28), o capitão do Fluminense recebeu a notícia de sua primeira convocação para a seleção brasileira principal para disputar os amistosos contra Guiné, em Barcelona (Espanha), e Senegal, em Lisboa (Portugal), nos dias 17 e 20 de junho, respectivamente.
O defensor de 26 anos é mais um atleta lapidado pelo treinador Barão ainda na infância, mas que não teve oportunidade no Trio de Ferro da capital. Em entrevista exclusiva concedida à reportagem do Jornal do Commercio, Nino falou sobre a admiração por seu primeiro treinador e do sonho que tinha de conquistar a medalha de ouro.
"Barão é muito especial. O trabalho que ele faz não existe ninguém no mundo que faça dos sete aos 14 anos. Ele prepara o jogador desde os fundamentos básicos, até deixá-lo pronto. E ele sempre fez isso sem muito incentivo. É o tipo de cara que precisa de pouca coisa para fazer algo extraordinário. Hoje vemos os frutos dele... Junto comigo na seleção olímpica tem o Matheus Cunha (atacante paraibano, do Hertha Berlim, da Alemanha). Outros que passaram por Barão foram: Otávio (meia paraibano, atualmente no Porto, de Portugal) e Rômulo (meia pernambucano, que estava no Busan IPark, da Coreia do Sul), todos passaram pelo CT Barão e realizaram o sonho de se tornar jogador profissional", declarou Nino, que na infância jogava futsal na AABB e também no Santa Cruz.
INÍCIO DE CARREIRA
Após início no futsal, na transição para o campo, Nino jogava de volante e tentou a sorte no sub-17 do Sport, mas acabou sendo dispensado... Encontrando no Criciúma as portas abertas para recomeçar.
"Joguei um ano na base do Sport, mas sem muita valorização e, por essa falta de valorização, deixei o Estado porque sabia que aí (Pernambuco) seria muito difícil. Eu cheguei no Criciúma muito novo, com idade ainda na formação do seu caráter, da maneira de viver, você ainda não é adulto e não tem maturidade para viver longe dos pais e da família, sendo que meu pai, minha mãe, todos me apoiaram muito. E sobre o Criciúma, não tenho como mensurar. Cheguei lá depois de ter sido dispensado, num momento que não sabia bem o que ia acontecer e o clube abriu as portas e confiou em mim. Me deu oportunidade de terminar a minha base, me colocou pra jogar pela primeira vez como profissional... Então, é um clube que tenho uma enorme gratidão no meu coração", contou o defensor.
Na sua curta passagem pelo Sport, Nino relembra alguns jogadores com quem jogou na base e, agora, vai se reencontrar com um deles na seleção principal: Joelinton. "Everton Felipe, que está no São Paulo, é do mesmo ano que eu e jogamos no primeiro ano do sub-15. Joelinton, do Newcastle, também jogou no meu time. Neto Moura que está no Cruzeiro. Já Ronaldo, volante que ainda está no Sport, jogava numa categoria acima. Alguns dos jogadores que chegaram no profissional", apontou.
A boa regularidade no Criciúma, alcançando mais de 80 jogos no profissional do time catarinense, chamaram a atenção do Fluminense. Que, apesar de inicialmente ter feito um contrato de empréstimo, não demorou muito para exercer a opção de compra do zagueiro.
"Era algo que sempre quis e trabalhei para alcançar esse sonho que tinha. Já alimentava isso no coração, de ter a oportunidade de aparecer nacionalmente falando. Representar uma das maiores camisas do País e do continente. Então, busquei chegar preparado para encontrar todo tipo de situação. O primeiro ano foi por empréstimo e, o normal, seria voltar para o Criciúma após o contrato. E estava preparado caso não desse certo. Porém, eu estava focado para atrair o interesse do Fluminense em exercer o direito de compra. Graças a Deus fui bem, tive um bom número de partidas e, no final do ano, livramos o time do rebaixamento (em 2019)", disse Nino, titular absoluto e capitão do Fluminense.