WALEWSKA: Jogadoras da Seleção Brasileira de vôlei lamentam morte da central
A jogadora estava em viagem pelo Brasil para divulgar a sua biografia, intitulada de "Outras Redes"
A ex-jogadora de vôlei Walewska Moreira de Oliveira, de 43 anos, morreu na noite desta quinta-feira (21), em São Paulo.
Até a manhã desta sexta-feira (22), a causa da morte da ex-jogadora não havia sido confirmada.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo disse que a Polícia Civil investiga a morte ocorrida por volta das 18h desta quinta no bairro de Cerqueira César, na zona oeste da capital.
O documento informa que foi solicitada a perícia no local.
Segundo a nota, detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial.
MORRE A CAMPEÃ OLÍMPICA WALEWKSA, AOS 43 ANOS
TRAJETÓRIA
Natural de Belo Horizonte, Waleswka defendeu diversos clubes durante a vitoriosa carreira.
Começou no Minas, entre 1995 a 1998. Voltou ao clube entre os anos de 2014 e 2015. Jogou pelo Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Osasco e Praia Clube.
No Brasil, tinha duas conquistas da Superliga (1999-2000 e 2017-18), Supercopa (2019, 2020 e 2021), Campeonato Mineiro (2019 e 2021), Sul-Americano (2021). O Praia Clube aposentou a camisa 1 utilizada pela jogadora.
Campeã olímpica com a seleção brasileira de vôlei em 2008, a atleta estava aposentada desde o final da temporada 2021/2022, quando defendia o Praia Clube de Uberlândia.
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em nota oficial, lamentou o falecimento da atleta, que além do ouro em Pequim 2008, também ganhou o bronze em Sydney 2000, três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa das Campeões de 2013 pela equipe nacional.
"Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora”, disse o presidente da CBV, Radamés Lattari.
JOGADORAS DA SELEÇÃO LAMENTAM MORTE DA CENTRAL
Nessa madrugada, após tomar conhecimento da morte da jogadora, a Seleção entrou em quadra, no Japão, e perdeu para a Turquia por 3 sets a 0 (21/25, 27/29 e 19/25), pelo Pré-Olímpico.
As jogadoras utilizaram braçadeiras em homenagem à central.
"A Wal foi um exemplo de coragem, de resiliência, uma mulher forte. Ela fez parte de uma geração que me fez querer ser jogadora de vôlei. Estivemos com ela há pouco tempo em Barueri e, mais uma vez, ela deixou uma mensagem de incentivo muito forte. Queremos continuar esse legado que ela deixou para nós”, lamentou a ponteira Gabi.
"Está doendo muito. Sabíamos que tínhamos que disputar esse jogo, nos juntamos e deixamos para chorar depois da partida. Foi difícil conter as lágrimas na nossa oração de pré-jogo. Temos mais dois jogos importantes para a classificação e hoje deixamos a desejar em algumas situações.", disse a central Thaísa.
"Agora vamos sentir esse luto. Quando cheguei na seleção a Wal era uma das mais experientes. Aprendi muito com a postura dela. A Wal foi um espelho pela educação, o charme e a resiliência. Ela representou o Brasil lindamente. O esporte perde um grande ícone, uma representante de muito amor pelo voleibol", completou.
"PERDI UMA FILHA, ESTOU SEM CHÃO": DIZ JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES, TÉCNICO DA SELEÇÃO FEMININA
"Ela era excepcional. Todo técnico, toda comissão gostaria de ter uma atleta como ela. Madura, tranquila, mas com uma vontade de fazer e realizar as coisas. A gente fica sem chão, perde a noção de muita coisa. Eu perdi uma filha, é muito duro. É um momento muito difícil para nós", comentou.
"É um momento muito difícil, de muita tristeza. A Walewska foi um exemplo de dedicação, comprometimento, ela tinha tudo de bom que uma atleta pode ter. Ela sempre se cuidou muito, ajudou seus times, desde muito nova. Ficamos sem chão.", completou.
Com informações da Agência Brasil.