ATAQUE APÓS JOGO

"Vai esperar o quê? Alguém morrer?", questiona Marinho, do Fortaleza

Jogador detalhou o atentado e relatou que a bomba atirada contra o ônibus foi responsável por quebrar os vidros, espalhando os estilhaços

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Do O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 22/02/2024 às 21:41
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No desembarque da delegação do Fortaleza na capital cearense, na manhã desta quinta-feira, 22, após o atentado contra o ônibus em Pernambuco, o atacante Marinho relembrou os momentos de tensão durante o episódio, o qual descreveu como "terrorismo", cobrou ação das autoridades para identificar e punir os culpados e pediu união dos atletas do futebol brasileiro para evitar novos casos de violência.Na madrugada desta quinta, o grupo tricolor deixava São Lourenço da Mata, onde fica a Arena de Pernambuco, com destino ao Recife após o empate em 1 a 1 com o Sport, pela Copa do Nordeste.

ATAQUE A ÔNIBUS

Cerca de dez minutos após a saída do estádio, porém, o veículo foi atingido com bombas caseiras e pedras, quebrando grande parte dos vidros e ferindo jogadores — João Ricardo, Gonzalo Escobar, Dudu, Titi, Brítez e Lucas Sasha.

"Cenas de terror que a gente passou. Inadmissível que isso aconteça ainda. Às vezes a gente, atletas, não protege nossa classe, vê algumas coisas acontecendo com outras equipes e não se posiciona também, só começa a ver quando acontece com a gente. Essa situação que acontecem ontem foi uma situação premeditada, não tem como falar que não foi, porque esperaram nosso ônibus passar. Não tem essa de 'Ah, a gente imaginou que era torcida organizada'. Não é, porque sabia quem era pelo tanto de polícia que tinha acompanhando nosso ônibus. Poderia ter acontecido algo pior. Foi aterrorizante o que aconteceu, o estrondo de bomba, uma pedra gigantesca. Poderia ter acontecido algo muito sério, como aconteceu. Foram 14 pontos no Escobar, vários outros atletas que se cortaram e se machucaram bastante", apontou o camisa 11.

ESPERA PELA MORTE

"Uma coisa que fica é: até quando? Vai esperar o quê? Alguém morrer, algum atleta passar mal? O que acontece é isso, a gente cada vez se sente mais desprotegido. O futebol brasileiro deu muitas oportunidades para certos tipos de pessoas, que se dizem torcedores de futebol para cometer um crime. Isso foi uma tentativa... Foi terrorismo. Não tem como, os caras jogaram bomba, tinha tudo no ônibus, pedra. O que eu falo é a gente se proteger mais, a classe", completou o atacante.

BOMBA E TERROR

Marinho detalhou o atentado e relatou que a bomba atirada contra o ônibus foi responsável por quebrar os vidros, espalhando os estilhaços, e que as pedras foram arremessadas simultaneamente. Uma delas atingiu o lateral-esquerdo Gonzalo Escobar.

"Eu estava na janela da frente, o Lucero estava na janela de trás, e a bomba pegou praticamente no meio de nós dois. Só que como o Pochettino e o Lucero estavam com a poltrona baixa (reclinada), acabou que a pedra não pegou neles. A bomba bateu, teve a explosão, e a pedra atravessou e pegou no Escobar. E uma pedra muito grande, parece um tijolo. Muito grande, pesada. Foi aterrorizante porque a gente só via grito, sangue e meio que o ouvido ficou um barulho muito forte, doeu a cabeça. Ninguém acreditava no que estava acontecendo. A gente tem que cobrar de quem pode resolver e que resolvam, né? Porque ultimamente tem passado em branco, ninguém é punido", criticou o jogador.

O camisa 11 seguiu o discurso do CEO da SAF do clube, Marcelo Paz, e defendeu que o Leão só deve voltar a atuar quando os atletas feridos estiverem recuperados — o próximo jogo está marcado para a próxima quinta-feira, 29, diante do Fluminense-PI, pela Copa do Brasil.Marinho ainda recordou que as delegações de outros times já foram vítimas de violência por parte de torcidas rivais em emboscadas a caminho de estádios e voltou a cobrar ação do poder público.

 

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