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COLUNA DO ESCRETE DE OURO: Pontapé inicial das divisões de acesso do Brasileiro e também da Coluna do Escrete de Ouro no JC

A partir deste domingo, sempre um integrante da equipe trará análises e opiniões na Coluna do Escrete de Ouro, no JC

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Igor Moura

Publicado em 19/04/2024 às 17:32 | Atualizado em 19/04/2024 às 18:30
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A cada temporada, sem exceção, nos deparamos com esse momento que causa tanta expectativa em quem acompanha pelo menos com certa atenção o futebol nacional como um todo: o de início de todas as divisões do Campeonato Brasileiro, cada uma com suas peculiaridades, pontos positivos e negativos.

Desta vez, vem com uma novidade. As divisões menores do Brasileirão começam junto com o início de uma nova jornada do Escrete de Ouro. A partir deste domingo, sempre um integrante da equipe trará análises e opiniões na Coluna do Escrete de Ouro, no JC. 

Já vamos com 3 rodadas da consolidada Série A do Brasileirão, que teve para esse ano algumas alterações pontuais, que ao meu ver, deram uma pitada a mais de tempero para a competição com a possibilidade dos clubes terem mais estrangeiros no elenco e com detalhes novos relacionados a utilização do VAR.

Aliás, os problemas crônicos com arbitragem seguem sendo empilhados nesse início de Brasileirão. Mas e as charmosas e equilibradas divisões de acesso do Campeonato Brasileiro? O que podemos falar a respeito das Séries B, C e D?

Como a 4ª divisão nacional só terá início no próximo final de semana, posso ser breve primeiramente estabelecendo alguns favoritos ao acesso nessa dificílima competição, como por exemplo os campeões estaduais América (RN) e Sousa; o próprio Treze, também da Paraíba; assim como os jovens e estruturados Água Santa (SP), Barra (SC) e Retrô.

O modelo de disputa híbrido, contando com fase classificatória antecedendo o tradicional mata-mata não chega a ser o maior dos problemas, mas sim o tempo curtíssimo de disputa entre os 64 clubes.

Levando em conta que cada equipe tem na primeira fase 14 datas e que se joga uma vez por semana, os 32 clubes eliminados terão mais uma vez apenas 3 meses e meio de atividade, ocasionando o fim da temporada profissional da maioria antes mesmo do mês de agosto.

O próprio Santa Cruz, que amarga essa temporada tão vazia de competições sofreu em 2023 ao só jogar até o fim de julho por conta da eliminação prematura na 1ª fase. O que se pode fazer para melhorar as duas últimas divisões nacionais não é premiar incompetência, é até natural os melhores jogarem mais, conseguindo uma temporada mais robusta em número de jogos oficiais.

Mas é dever da CBF tentar prolongar ao máximo o calendário dos clubes profissionais do país em pelo menos 9 meses de atividade, e não apenas 6 ou 7 como nos acostumamos. Se conseguem essa ''vida útil'' para as equipes em países com calendário quase que indefectível como a Inglaterra, ou com calendário extremamente confuso como a Argentina, seguramente podem aprimorar esse ponto fundamental do futebol brasileiro.

O Náutico e a Série C do Brasileiro

A cada divisão que se sobe, mais cuidado e investimento se tem da Confederação Brasileira de Futebol. E é assim na Série C, que promete ser ainda mais equilibrada que a edição passada.

Inclusive considero a divisão mais complexa de se apontar favoritos a promoção e rebaixamento. Já existe uma estrutura de calendário que permitiria um campeonato de pontos corridos e 38 rodadas, mas ao que parece não há intenção da CBF fazer tal investimento.

Obviamente ainda é prematuro se analisar favoritos ao acesso ou pelo menos classificação entre os 8, mas ao que parece, Remo e São Bernardo tem elenco e investimento financeiro suficientes para brigarem forte.

O Náutico, dos mais tradicionais da divisão e que fracassou ano passado, precisa melhorar sensivelmente alguns setores do elenco pra ter a performance necessária pra ao menos chegar ao quadrangular de acesso.

Como todos os participantes estão no mercado após o fim da maioria dos estaduais, qualquer análise pode ser muito precoce, ainda mais se tratando de um campeonato que no ano passado terminou sua fase inicial com apenas 3 pontos de distância entre o 6º e o 10º colocados.

O Sport e a Série B do Brasileiro

E a Série B, que também começa neste fim de semana já é seguramente muito maior como competição que a 2ª divisão nacional de 20, 15 ou 10 anos atrás.

Audiência, visibilidade, patrocínios, médias de público, qualidade de estádios, gramados e elencos, absolutamente tudo. Claro que a queda sistemática de tantos clubes tradicionais do futebol nacional fez com que a valorização da Série B como produto, como competição, aumentasse exponencialmente.

O campeão mundial a visitar de maneira inédita a Série B dessa vez é o Santos, uma das camisas mais do planeta e que naturalmente é o grande favorito ao acesso e título.

Mas logo atrás nessa escala de favoritismo vem um pelotão com bom investimento, elenco de qualidade e tradição: Sport, Ceará, América Mineiro, Goiás e até o Coritiba, que faz até aqui péssima temporada.

Outros clubes também precisam ser observados com bastante atenção pelo que vem jogando e pelo que fizeram até aqui no ano: CRB, Novorizontino e Paysandu. Coloco também em um mesmo patamar o Mirassol, Vila Nova e Avaí.

Alguns podem ser tratados como incógnitas, provavelmente times que vão frequentar o meio da classificação: os rivais Guarani e Ponte Preta e o Brusque, com plantel experiente, mas que vai mandar seus jogos em Itajaí por conta da reforma do Estádio Augusto Bauer.

Pra fechar, vejo muitos problemas técnicos em 5 equipes que devem inicialmente brigar contra a queda: Operário; Chapecoense; Ituano; Botafogo de Ribeirão Preto e Amazonas. Esse é, pra mim, o retrato de momento de uma Série B que promete ser extremamente disputada, bem jogada e que pode sim reservar surpresas, como aconteceu na temporada passada.

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