COLUNA DO ESCRETE DE OURO: Histórias diferentes, objetivos iguais
Finais de competições continentais e proximidade de torneios de seleção elevam a temperatura do futebol
O ano de 2024 invariavelmente vai ficar para a história do futebol mundial pelas competições que estão a caminho, independentemente de quem vença Eurocopa e Copa América e do enredo que cada uma venha a mostrar ao mundo.
Claro que o planeta não vai repercutir esses torneios que irão acontecer de maneira simultânea da mesma forma que se repercute uma Copa do Mundo, o ponto mais alto do esporte mais popular do mundo, mas a Copa América tem sua tradição, seu charme, ainda mais contando com a atual campeã mundial.
Assim como a Eurocopa, que será realizada na Alemanha, e que sempre conta historicamente com atletas badalados e seleções competitivas, até mais em quantidade que o torneio do nosso continente.
Mas antes mesmo das seleções ganharem vez nesse cenário de futebol internacional, três decisões devem movimentar bastante o futebol europeu, gerando expectativa de todos que acompanharam o desenrolar de UEFA Champions League, Europa League e Conference League.
As três competições já contam com seus finalistas, cada clube com sua história, torcida e particularidade. É o fim da temporada europeia em grande estilo com esses troféus tão cobiçados e que valem milhões de euros. Para ser mais exato, 20 milhões para o campeão da Champions; pouco mais de 8 milhões para o campeão da Liga Europa e aproximadamente 5 para quem conquistar a Conference.
Um dos maiores temperos da grande final da Conference League, dia 29/05, é a presença em Atenas do maior clube grego: o Olympiacos. Não tenham dúvidas de que a fanática torcida desse clube onde Rivaldo fez história será um show à parte na decisão contra os italianos da Fiorentina.
E sobre o jogo em si, naturalmente a promessa é de equilíbrio, mas jogando em sua cidade, apesar de ser no campo do rival AEK, o Olympiacos me parece com mais força depois de atropelar o ótimo Aston Villa na semifinal e crescer após a chegada do técnico espanhol José Luis Mendilibar.
A Fiorentina em resumo faz uma temporada alternando bom futebol com atuações regulares, sem brilhantismo, mas pode surpreender.
Já a decisão da Liga Europa, que acontece na Irlanda, gera muita empolgação mais pelo futebol jogado do que pela tradição e história dos dois finalistas. O próximo dia 22 reserva em Dublin um duelo entre a grande sensação da temporada europeia, o Bayer Leverkusen, diante da Atalanta, uma das equipes mais bem treinadas da Europa.
Claro que somando todos os componentes desse jogo único em campo neutro, o favoritismo vai ser maior para o lado alemão. Também pudera, são 49 jogos de invencibilidade até agora nesse trabalho brilhante do jovem técnico Xabi Alonso.
O futebol irresistível do Bayer já o levou ao inédito título alemão e para a decisão da Copa da Alemanha contra o Kaiserslautern, da 2ª divisão.
A representante italiana nessa final, mais precisamente de Bérgamo, chega com menos cartaz. Campanha interessante no Campeonato Italiano, elenco coeso e bem montado e um ótimo trabalho a longo prazo de Gian Piero Gasperini, que faz sua oitava temporada no clube. Detalhe: a Atalanta despachou sem grandes sustos o poderoso Liverpool de Jürgen Klopp com direito a um 3x0 em Anfield, um detalhe que agiganta ainda mais esse finalista.
E no dia 1º de junho, o fim oficial da temporada 23/24 na Europa com a decisão da Liga dos Campeões envolvendo Borussia Dortmund e Real Madrid. Clubes com pesos bem distintos em história continental, orçamento, número de títulos e protagonismo histórico no mercado.
Os amarelos de Dortmund, que buscam apenas o 2º troféu de Champions, costumam ser vendedores no mercado. Revelam ou amadurecem inúmeros jogadores de ótimo nível, mas dificilmente conseguem segurá-los.
O Real Madrid é exatamente o oposto: criou sua imagem galática de clube comprador, não importando o preço. Hoje em dia, com uma mudança na política de contratações, os merengues buscam os jovens com maior potencial entre todos no mundo e pagam caro por isso, vide Vinícius Júnior, Rodrygo e Endrick.
O Real Madrid, que quer sua 15ª taça de UEFA Champions League, número absurdo e provavelmente inalcançável, tem vários argumentos para ser colocado como favorito nesse enfrentamento. Se o Borussia Dortmund praticaum futebol muito bom e disciplinado, principalmente com bola, o Real Madrid joga um ótimo futebol nas duas fases do jogo, com e sem bola.
Tudo muito bem encaixado por Carlo Ancelotti, que encontra tantas soluções e de maneira tão sutil que muitos não lembram de dar o devido crédito para sua genialidade e visão certeira do futebol.
A cidade de Londres vai receber esse grande jogo no mítico estádio de Wembley, com um destino que provavelmente será do gigante espanhol levando mais uma vez. Agora é esperar parasabermos se o Borussia Dortmund, que derrubou Atlético de Madrid e PSG, vai ter força suficiente praprotagonizar umas das maiores surpresas da história recente da mais badalada competição de clubes do mundo.
Igor Moura, repórter e comentarista do Escrete de Ouro