Argelina envolvida em polêmica de gênero garante a primeira medalha do país nos Jogos de Paris

Ao contrário da 1ª luta, em que a rival se retirou e se recusou a cumprimentá-la, Khelif deu breve abraço em Hamori antes de comemorar vitória

Publicado em 03/08/2024 às 13:59

Imane Khelif, uma das boxeadoras dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 envolvidas em uma polêmica de gênero, garantiu neste sábado (3) a primeira medalha da Argélia nos Jogos ao superar as quartas de final da categoria até 66 quilos.

Khelif garantiu no mínimo uma das duas medalhas de bronze da categoria ao vencer a húngara Anna Luca Hamori, decidido por unanimidade pelos cinco juízes.

Ao contrário de sua polêmica primeira luta, em que sua rival se retirou abruptamente e se recusou a cumprimentá-la, Khelif deu um breve abraço em Hamori antes de comemorar a vitória, sem conter as lágrimas, sob os aplausos de uma multidão de argelinos nas arquibancadas.

Hamori ainda recebeu algumas vaias ao entrar no ringue da Arena Norte de Paris após declarar que considerava injusto ter que enfrentar Khelif.

A argelina, que disputou os Jogos de Tóquio-2020, mas sem conseguir subir ao pódio, buscará vaga na final na terça-feira (6) contra a tailandesa Janjaem Suwannapheng.

A participação de Khelif e da taiwanesa Lin Yu Ting em Paris-2024 provocou uma grande agitação política e midiática. Elas estão no centro de uma polêmica depois que foram reprovadas em um teste de elegibilidade de gênero para o Mundial feminino de boxe disputado no ano passado.

A desclassificação de Khelif e Lin do Mundial de 2023 foi decidida pela Associação Internacional de Boxe (IBA), que o COI retirou da organização do torneio olímpico de Paris por falta de transparência.

A polêmica explodiu na quinta-feira (1º), quando a italiana Angela Carini, primeira adversária de Kheklif, abandonou a luta aos prantos após apenas 46 segundos de combate, no qual recebeu vários golpes fortes no rosto.

As imagens da luta rapidamente se espalharam nas redes sociais com figuras do esporte, como Martina Navratilova, e políticos, desde a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, até o ex-presidente americano Donald Trump criticando a autorização do COI para a participação de Khelif.

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