Solidariedade

Destaque do Santa Cruz no acesso em 2005, lateral Xavier diz que foi pego de surpresa com vaquinha virtual e agradece iniciativa

Ex-lateral esquerdo está sem emprego há dois anos e a situação foi agravada pela pandemia do novo coronavírus

Lucas Holanda
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Lucas Holanda
Publicado em 30/05/2020 às 18:41 | Atualizado em 30/05/2020 às 20:16
REPRODUÇÃO/ TWITTER SANTA CRUZ
Xavier foi um dos destaques do Santa na campanha de 2005. - FOTO: REPRODUÇÃO/ TWITTER SANTA CRUZ

Aquele time do Santa Cruz de 2005 teve muitos jogadores que se destacaram. E um deles foi o lateral-esquerdo Xavier, um dos protagonistas daquela campanha que rendeu ao Tricolor o retorno à Série A em 2006. Hoje, aos 40 anos, o ex-defensor baixinho e habilidoso, está sem emprego forma há mais de dois anos e, por conta da pandemia do novo coronavírus, a situação do antigo jogador coral ficou ainda mais complicada.

Para ajudar o ex-jogador, o amigo Hugo Leonardo, que Xavier o considera como um irmão, decidiu promover uma vaquinha virtual para arrecadar fundos e distribuir para o ex-lateral coral. Para você ajudar, é só acessar este link. Em entrevista ao Jornal do Commercio e Blog do Torcedor, Xavier disse que não sabia a iniciativa proposta pelo amigo, mas agradece a todos que estão contribuindo nessa belíssima iniciativa.

"Cara, ele sabe das minhas dificuldades. A gente cresceu juntos. O Hugo e o Rosembrick são dois grandes irmãos que eu tenho na minha vida. Aí ele (Hugo) chegou aqui em casa me pedindo três fotos da época do Santa Cruz. Aí eu, sem entender, dei as fotos a ele e perguntei o que ele ira fazer com elas. Aí ele disse: 'confia em mim, confia em Deus'. Aí daqui a pouco, chega um link para mim (com a vaquinha) e eu não acreditei. Te juro, não sabia de nada, fiquei muito surpreso", disse Xavier, que completa falando sobre a sua reação após saber da existência dessa iniciativa.

"Eu liguei para ele e ele me perguntou se eu não tinha gostado. Aí eu parei e pensei: quem sou eu? Não sou melhor do que ninguém, ajudei tantas pessoas e ajudaria de novo. O cara está fazendo uma iniciativa para mim e eu vou rejeitar? Não posso. Aí falei com ele e disse: eu te amo. Daí aconteceu essa vaquinha. No começo foi um baque, mas depois eu relevei. Não gosto de pedir nada a ninguém. Ficava pensando: o que vão pensar de mim? Mas meus amigos chegaram e disseram para eu não ficar com vergonha. Aí pronto. Já teve dia em que paguei o aluguel e fiquei sem o alimento", completa Xavier.

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Antes da pandemia do novo coronavírus chegar e afetar a todo mundo, o ex-lateral estava sem emprego formal, mas ainda sim conseguia se virar. Isso porque ele, com o FGTS - única verba que restou da carreira - conseguiu comprar um Pálio no ano passado e, com o veículo, realizar transporte escolar para sustentar sua família - ele tem um filho, duas filhas e a esposa também está desempregada. A iniciativa vinha funcionando, mas foi interrompida por conta da covid-19.

"Eu tava trabalhando levando uns meninos para o colégio. Graças a Deus o Pálio me ajuda bastante. Quando conversei com a minha esposa, disse a ela que a gente iria comprar um carro não para luxar, mas sim para necessidade. Aí me candidatei lá no colégio e consegui a vaga. Aí pronto, pensei: já não ficamos com fome mais. A gente já tinha garantido o pão e a galinha de cada dia. Mas aí veio essa pandemia. E a gente vive de aluguel e tudo mais. Então é bem complicado", disse Xavier.

O lateral também aproveitou para agradecer a todos que estão ajudando na campanha e destacou a importância de todo mundo ser tratado da mesma maneira. "Eu fico sem palavras. Agradeço demais toda essa iniciativa. É muita felicidade, gratidão e eu não tenho palavras. Só a gente sabe o que está passando. Que Deus abençoe a todos vocês", completou Xavier, que finalizou relembrando o golaço contra o Grêmio, em uma partida válida pelo quadrangular da segunda fase da Série B de 2005.

"Quando eu fiz aquele gol, minha vontade era de sair correndo e me jogar naquela multidão. Aquele time era demais, muita gente boa. Eu era muito fã do Adilson Couto (lendário narrador da Rádio Jornal) e ter um gol meu narrado por ele foi um privilégio muito grande. Todo mundo fala desse jogo e desse gol até hoje. O Grêmio era o bicho papão, time grande, mas a gente era muito forte naquele ano e graças a Deus tivemos sucesso", finalizou Xavier.

OUÇA O GOL NA VOZ DE ADILSON COUTO

 

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