EMPATIA

Em gesto de empatia, prata da casa do Santa Cruz tira parte do salário para ajudar funcionários

Com incentivo do pai, Felipe Simplício de apenas 18 anos revela que sempre procura comprar cestas básicas para as pessoas menos favorecidas do clube

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 15/11/2020 às 8:11 | Atualizado em 15/11/2020 às 9:30
LÉO ALBERTIM/SANTA CRUZ
LONGO VÍNCULO Felipe Simplício renovou contrato com o Santa Cruz até dezembro de 2022 - FOTO: LÉO ALBERTIM/SANTA CRUZ

Se não vem recebendo oportunidades nessa Série C - ainda não disputou nenhuma partida no Brasileiro -, fora de campo, o meia Felipe Simplício vem marcando um golaço no que se refere à empatia. Apesar da pouca idade, apenas 18 anos, o prata da casa vem tomando uma atitude de gente grande. Desde que renovou o seu contrato com o Santa Cruz até dezembro de 2022, o jovem atleta coral decidiu junto com o seu pai (Aluízio Simplício) sempre que receber o salário tirar uma parte para comprar cestas básicas e ajudar os funcionários menos favorecidos do clube. Um gesto nobre.

"Muitos não sabem. Você está revelando esse segredo. Desde o começo decidimos fazer isso. Meu pai falou comigo para ajudarmos o clube. Sabemos que o Santa passa por dificuldade. Então, a partir do momento que o Santa Cruz deposita o meu salário, eu já tido uma parte para ajudar as tias da cozinha, os seguranças... Procuro ajudar todos como posso. Ajudo porque foi o clube que abriu as portas para mim e me acolheu. Independente de tudo, meu coração e minha alma é tricolor. Por isso tento ajudar da melhor forma possível todos eles", declarou Felipe Simplício, em entrevista ao repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal.

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Essa mentalidade de ajudar o próximo é algo que o meia tricolor aprendeu dentro de campo. "Meu pai sempre me falou que nossa origem foi difícil. Então, temos de chegar e sempre ajudar o próximo. Peguei isso para mim e falei para ele que vamos sempre ajudar os outros. Toda vez falo com as tias, pergunto se elas querem o dinheiro ou a cesta básica. Pergunto como é melhor para elas. Falo com todos os seguranças e pergunto também. Sempre procuro ajudar eles, pois sabemos das dificuldades do clube. Mesmo com essas dificuldades buscamos passar por cima delas", destacou o prata da casa.

Além de ajudar os funcionários do clube, Felipe Simplício também procura proporcionar o melhor para quem lhe deu a vida: sua mãe. "Cara, a minha mãe é uma peça fundamental para mim. Ela (Fabiana) sempre me apoiou em tudo. Sempre viajava comigo quando estava no futsal... Tinha de dar desculpa no trabalho para viajar. Então, quando renovamos o contrato com o Santa Cruz disse a ela para se dedicar só a nossa família. Graças a Deus estamos numa condição melhor e sabemos como é difícil a vida do trabalhador. Minha mãe saia de casa às 6h e voltava às 18h. Eu mal via a minha mãe durante a semana. E, nos finais de semana, por conta dos jogos, tão não a via. Ela é fundamental pra mim e temos essa ligação muito forte. Por isso quero trabalhar para que ela possa desfrutar do melhor e, no futuro, meu pai também possa sair do trabalho", desejou.

NO AGUARDO

Com apenas duas partidas disputadas no profissional do Santa Cruz, o garoto de 18 anos sabe que não pode ficar ansioso, mas seguir trabalhando para agarrar a oportunidade quando ela surgir. "Acredito que o nosso grupo é muito bom. Está indo bem na competição e ganhando todos os jogos. Na minha cabeça sei que o meu momento vai chegar. Um dia desse eu era banco na Taça São Paulo e minha chance de jogar. É treinar e esperar. Martelotte nos cobra bastante para dar o máximo nos treinos para estar preparado, pois o mundo gira muito rápido. Procuro ficar focado, treinar duro, porque uma hora Deus ilumina e o nosso momento chega. Tenho uma cabeça boa, no lugar, e sou feliz de estar num grupo muito bom como esse do Santa Cruz. Tenho a humildade para esperar e não pretendo colocar a carroça na frente dos bois. É ter paciência, trabalhar, que a hora chega", frisou Felipe Simplício.

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