DURAS CRÍTICAS

Candidato da oposição critica desempenho do Santa Cruz em 2020: "Não tem como plantar um limão e colher uma melancia"

Nome que encabeça o grupo Pro Santa listou aspectos que, na opinião dele, comprometeram a temporada do Santa Cruz

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Carolina Fonsêca

Publicado em 19/01/2021 às 12:53 | Atualizado em 19/01/2021 às 13:57
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A Série C de 2020 terminou no domingo (17), com a permanência do Santa Cruz na terceira divisão por mais um ano, mas o ano de 2020 ainda não acabou no Arruda. O clube realizará eleições, no próximo dia 10 de fevereiro - o pleito deveria ter sido realizado em dezembro, mas foi adiado por causa da pandemia. A temporada marcada pela frustração coral é alvo de duras críticas por parte da oposição política do clube. Em entrevista a Maciel Júnior, na Rádio Jornal, na noite da última segunda-feira (18), André Frutuoso, candidato do grupo Pro Santa, disse ver o momento atual do clube com muita indignação. "Você não tem como plantar um limão, que é pequeno, azedo e amargo e colher uma melancia, que é grande, doce e saborosa. Essa equação nunca aconteceu e não pode acontecer", disse. 

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André creditou a situação atual do clube à uma sequência de erros. "Pela primeira vez em muitos anos saímos do G-20 da Time Mania, pela primeira vez em 106 anos vamos disputar por quatro anos consecutivos a terceira divisão do futebol brasileiro, então é uma série de coisas inéditas que acometem o Santa Cruz, que não são por acaso. É fruto das opções da gestão. São diversos, inúmeros e incontáveis erros. Vou citar alguns, mas não são apenas esses. Se você quiser a cartilha de "como afundar um clube", faça exatamente o que essa gestão, com maestria, está fazendo", afirmou André. 

O candidato listou os aspectos que, na opinião dele, resultaram no momento que o Santa Cruz vive atualmente. "Afaste o seu torcedor, pegue um clube de massa, conhecido por ser o clube do povo e crie barreiras, crie travas financeiras para que esse torcedor tenha direito a voto, tenha vez, tenha voz. Afaste esse torcedor. E você afastando o torcedor, está afastando o maior capital de uma instituição que é o seu cliente, o seu sócio, o seu associado. Crie a cultura do sigilo. Tudo no Santa Cruz é sigiloso. E não é sigilo para a imprensa. É sigilo para o conselheiro, que tem a função institucional, estatutária de fiscalizar todo e qualquer contrato. O conselheiro do Santa Cruz, tem a função estatutária, está no estatuto do Santa Cruz, de fiscalizar e suspender qualquer contra e o conselho não tem acesso ao contrato da futebol card. Um contrato de 50 milhões fechados a 30 dias da eleição. São vários erros aglutinados, reunidos numa mesma sacola, embrulhados e chacoalhados em cima da instituição do Santa Cruz, em cima do seu sócio, que faz com que a fatura chegue. A fatura é amarga, o preço é caro, que são consecutivos insucessos em campo, pela primeira vez no campeonato pernambucano, um clube que não seja da capital foi campeão e foi justamente em cima do frágil Santa Cruz, que permitiu que essa hegemonia da capital fosse quebrado, justamente em cima desse elo fraco, que é o Santa Cruz atual com essa gestão altamente enfraquecida", detalhou.

Depois de perder a final do Pernambucano e ser eliminado precocemente na Copa do Nordeste, o Santa Cruz tinha esperanças de conseguir o acesso à Série B para salvar a temporada. O desempenho na primeira fase da competição deu certo alívio aos tricolores, mas os capítulos escritos durante o quadrangular encerraram da pior forma a temporada coral.  

Para André Frutuoso, os acontecimentos estão ligados à dificuldade que a atual gestão teve em pagar os salários de jogadores e funcionários do clube. "O trabalhador é digno do seu salário. Esse time produz muito mais do que o que a gente viu nos dois jogos do Vila Nova e o jogo do Ituano. Mas esses atletas, desmotivados, até vendo uma vontade de pagar, mas não vendo credibilidade da gestão para criar dinheiro novo, que é o que o Santa Cruz precisa hoje. O Santa Cruz precisa de uma gestão que tenha credibilidade, que consiga falar com o mercado, falar com o marketing, com novas formas de gerar dinheiro e infelizmente nós fracassamos por uma falta de fôlego financeiro advindos de uma gestão incapaz de gerar receita para o clube", afirmou. 

"A gente via o desespero dos dirigentes até em entrevistas. Eram melancólicas, desesperadoras. 'Ajude o meu santinha pelo amor de Deus', 'Venha ajudar, mostre que você ama o Santa Cruz', colocando a culpa na torcida, parecia que a culpa era da torcida que abandonou o clube, mas na verdade é um clube que vira as costas para o torcedor na hora que o torcedor precisa do clube, na hora que o torcedor quer um programa de sócios, quer votar, quer ter acesso a um banheiro limpo, a uma arquibancada saneada, a uma sede com acesso vistoso. Hoje em dia você passa na frente do Santa Cruz e tem vergonha alheia. Fica envergonhado de ali ser um clube centenário, uma camisa pesada, um clube que já foi o terror do Nordeste. Então, esse torcedor foi afastado e o motivo do afastamento do torcedor é o atual motivo da gestão não ter receita financeira", acrescentou. 

Ouça a entrevista completa de André Frutuoso para Maciel Júnior, na Rádio Jornal

 

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