RECURSOS HUMANOS

Gestão de recursos humanos: Como atrair, reter e desenvolver talentos de forma eficaz

A atração, retenção e desenvolvimento de talentos é bastante desafiadora no mercado corporativo

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Cadastrado por

Paloma Xavier

Publicado em 27/10/2023 às 0:00
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No mundo corporativo, a gestão de recursos humanos - o famoso RH - atua na construção de equipes talentosas e na promoção de ambientes de trabalho saudáveis e produtivos. Contudo, a atração, retenção e desenvolvimento de talentos pode ser bastante desafiadora.

O que é preciso para manter um ambiente de trabalho saudável e produtivo?

Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, é preciso investir com dedicação e cautela em estratégias que estimulem a produtividade e o bem-estar dos colaboradores.

Recrutamento estratégico

O primeiro passo para manter uma empresa com funcionários produtivos sem prejudicar o bem-estar deles é no processo seletivo, aponta Felipe Maçano, CEO da Grow Group, headhunter, mentor de carreira, especialista em comportamento e consultor.

“Tudo começa no processo seletivo. O primeiro entendimento que você precisa ter a clareza é da função, do que se espera naquela posição daquela pessoa naquela posição. Ter clareza do tamanho do desafio do tamanho da responsabilidade”, explica o CEO da hub de soluções na área de RH.

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Felipe Maçano é CEO da Grow Group e também atua como headhunter e mentor de carreira - CORTESIA

O próximo passo elencado por Felipe é encontrar pessoas competentes: “Buscar no mercado alguém que tenha competência e aderência aos valores da empresa e consiga cumprir muito bem as responsabilidades exigidas.”

“É fundamental para você garantir que aquela pessoa vai estar em um ambiente adequado para que ela possa performar para que ela possa se sentir bem uma uma boa possibilidade de que essa pessoa se sinta bem porque ela vai estar fazendo o que ela gosta”, acrescenta o especialista.

Flexibilidade

Outro ponto destacado é o modelo de liderança mais empática. “A gente fala de um modelo que olha para as necessidades dos nossos colaboradores, como a questão do trabalho home office ou híbrido”, diz Felipe.

“Se eu avalio que uma pessoa que mora muito longe e gasta muitas horas no trânsito ou não consegue acompanhar muito bem a rotina dos filhos e sua função permite a utilização do home office, essa modalidade é possível”, exemplifica.

Comunicação transparente e reconhecimento

A comunicação assertiva e o tratamento igualitário e respeitoso são elementos que não podem ficar de fora da cultura organizacional, segundo o CEO: “É o bem-estar voltado para as pessoas. A promoção de eventos que possam falar de saúde mental e física, que olhem para as relações dentro da organização.”

Estratégias inovadoras e centradas no funcionário podem ser uma alternativa para melhorar sua produtividade e seu bem-estar, sugere o especialista. “Tem um conceito onde a pessoa é, em um dia da semana, liberada para pensar algo que ela queira fazer e que ela entendeu que a empresa precisa. Neste quinto dia, ele avalia algumas melhorias que vão ser benéficas, inclusive para ele.”

Desenvolvimento profissional, incentivos e benefícios

Empresas podem tomar medidas além do espaço físico para estimular o bem-estar e a produtividade dos funcionários, como "eventos coletivos externos com envolvimento da família gerando conexão permitindo relaxamento, o melhor entendimento e autoconhecimento, abordando temas que muitas vezes a gente releva no dia a dia", exemplifica Felipe.

Mas, para um direcionamento mais eficiente, o especialista ressalta a importância da individualização dos casos: "Existem muitos benefícios que são criados, mas é melhor você individualizar para entender. De repente é um curso de idioma, às vezes é um um relaxamento, uma massagem ou um curso de yoga."

Planejamento eficiente

Quando o assunto é dinâmicas e medidas a serem evitadas pela empresa, Felipe aponta o maior vilão: a falta de planejamento.

"Isso traz um impacto muito grande na rotina de trabalho, uma tensão no que diz respeito ao ambiente. Normalmente vão existir situações onde a gente vai, enquanto profissional, ter que lidar com situações mais urgentes e isso vai trazer sim um pouquinho mais de esforço", contextualiza.

"Se alguma coisa mudou em termos de rotina, se preocupe em acolher as pessoas, em acomodar e gerar o sentimento de time para que as pessoas se sintam conectadas. Não cause mais pressão do que já tem", orienta o especialista.

O que os funcionários podem fazer?

Os funcionários podem melhorar a produtividade sem comprometer seu bem-estar ao evitar algumas situações, como "se colocar em posições em organizações que não fazem sentido para você em termos de cultura ou em termos de execução", afirma Felipe.

"Muitas vezes a gente tem a intenção de fazer com que as coisas aconteçam muito rapidamente para nós, até antes do tempo até a gente está preparado. Isso gera ansiedade, e se você não dá conta de tudo isso, acaba falhando em outras frentes", explica.

O especialista destaca que isso causa o desequilíbrio em outras esferas da vida do funcionário: "Além da frente profissional, você tem várias outras frentes, como a social, a familiar e a financeira. Então é essencial equilibrar muito bem isso para poder alcançar resultados de maneira sustentável."

Outro tipo de comportamento benéfico dos funcionários elencado é estar a par de ferramentas que otimizem seu trabalho. "A utilização das ferramentas pode aumentar a sua produtividade e o teu ganho de tempo. Ver o que está acontecendo no mercado que pode me fazer ganhar tempo para que eu consiga entregar as minhas obrigações mais rapidamente."

"O tempo bem planejado e organizado, o conhecimento das ferramentas e das tendências de mercado, além de buscar maneiras sempre de inovar", resume Felipe.

Colocando em prática

A redução da quantidade de horas trabalhadas para otimizar a produtividade é uma das estratégias que vem ganhando força entre especialistas na área corporativa.

"Estamos trabalhando muito, mas nem sempre bem. É preciso redesenhar a jornada, reduzindo os ofensores da produtividade, construindo uma produtividade mais saudável. É possível trabalhar menos, mas melhor", defende Renata Rivetti, Chief Happiness Officer (especialista em Felicidade Corporativa), palestrante e colunista.

A profissão da especialista, Chief Happiness Officer, é voltada para a felicidade dos colaboradores dentro de uma empresa. Seu papel é "engajar e fazer o letramento da liderança, realizar o diagnóstico da felicidade na empresa através de pesquisas, montar um plano de ação, implantar novas ações e acompanhar os resultados", explica.

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Renata Rivetti atua como Chief Happiness Officer, função que tem crescido no mercado corporativo - CORTESIA

Essa função, que tem ganhado mais espaço no mundo corporativo, opera como gestora do projeto de felicidade, mas precisa de outras pessoas atuando em conjunto. "O que tenho visto nas empresas é a criação de 'squads' ou grupos para trabalharem o tema da felicidade, pois é preciso apoiar a liderança em conscientização e implantação de ferramentas práticas. Esse não é um tema somente do RH", comenta Renata.

"Construir um ambiente com segurança psicológica, relações mais humanas e empáticas, encontrar as forças do time e trazer senso de realização e significado são muito mais relevantes para felicidade no trabalho e, assim, bons resultados. Não adianta programas de bem-estar e ambientes bonitos, se o ambiente é de desrespeito, falta de inclusão e equidade, injustiça, entre outros", finaliza a especialista.

 

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