ECONOMIA

Petróleo cai 30%, maior queda desde a Guerra do Golfo

Decisão configura uma guerra de preços com Rússia e que terá reflexos mundiais

Publicado em 08/03/2020 às 23:47 | Atualizado em 09/03/2020 às 6:42
Foto: Agência Brasil
Esse é o valor fixo que será pago ao governo por quem vencer o leilão para ter direito de explorar o petróleo nos próximos 35 anos - FOTO: Foto: Agência Brasil

O preço do petróleo tipo Brent caiu cerca de 30% no pregão desta segunda (9), ainda domingo no Brasil, com peço beirando US$ 30 por barril. Esta é a maior desvalorização desde a Guerra do Golfo, em 1991, quando o preço chegou a cair 34,77%.

A queda diminuiu para cerca de 20% após os primeiros negócios, o que levou a cotação do Brent para a faixa de US$ 36. Os contratos são negociados na Bolsa de Londres, que abriu às 23h do horário local (20h pelo horário de Brasília). Esse é o menor valor do Brent desde 2016.

A queda contaminou também o mercado de ações: as Bolsas asiáticas recuavam por volta de 4% nos primeiros negócios, queda equivalente dos contratos futuros dos índices americanos Dow Jones e S&P 500.

Segundo analistas do mercado financeiro, a brusca queda pode ser amenizada ao longo do pregão. Isso porque o início dos negócios tem volume reduzido de investidores, deixando as oscilações de mercado mais bruscas.

O recuo reflete a decisão da petroleira da Arábia Saudita, a Saudi Aramco, de elevar sua produção e oferecer descontos a compradores justamente quando a discussão entre países produtores era pela redução da oferta.

A queda é consequência do aumento da tensão entre os países membros da Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep), capitaneados pela Arábia Saudita, e a Rússia, que não chegaram a um acordo para diminuir a produção.

O movimento seria uma forma do cartel para evitar nova desvalorização da commodity frente à perspectiva de redução de demanda em um ambiente em que o coronavírus poderá desacelerar a economia global.

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