COLUNA

As chances de impeachment de Bolsonaro

Trocando em miúdos, o PT e até o Centrão vão tirando o pé do acelerador na corrida para derrubar Bolsonaro

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Alberto Bombig

Publicado em 23/05/2021 às 7:00
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O Planalto e seus aliados no Congressos conseguiram encontrar um alento na atual conjuntura política, tão desfavorável a Jair Bolsonaro: acham que a pressão pelo impeachment perde força na medida inversa em que Lula sobe nas pesquisas. Trocando em miúdos, o PT e até o Centrão vão tirando o pé do acelerador na corrida para derrubar Bolsonaro conforme o ex-presidente petista se fortalece eleitoralmente. Isso não significa, porém, que daqui até o fim do atual mandato o governo federal terá o caminho facilitado, pelo contrário.

Let it bleed

Com auxílio da CPI da Covid, as oposições querem fazer o governo continuar sangrando politicamente até a eleição.

Juntos, mas separados

O Centrão já havia sentido o gosto de sangue na água quando Arthur Lira alertou o presidente sobre o risco do impeachment. A partir de agora, a tendência do grupo é arrancar o que puder do governo e ver como Bolsonaro chegará em 2022.

Um analista experiente pontua: se Bolsonaro permanecer enfraquecido em 2022, poderá ser abandonado pelo Centrão, que já tem alguns de seus líderes em conversas com Lula e com outros pré-candidatos ao Planalto.

Limite

Em linhas gerais, a sensação entre políticos e analistas é de que o governo Bolsonaro nunca esteve tão perto da deterioração.

Não curtiu

Paulo Guedes não ficou propriamente alegre quando soube que Roberto Campos Neto brilhou em uma matéria do respeitado Financial Times como defensor da economia verde no Brasil. Rolou até treta em grupo de Whatsapp.

Disputa

Os ministros Fábio Farias (Comunicações) e Rogério Marinho (Integração Regional) querem a mesma coisa: chegar ao Senado pelo Rio Grande do Norte. Só tem uma vaga. Os dois conversam com o PP de Ciro Nogueira.

Aqui!

Defender de Bolsonaro na CPI, Marcos Rogério (DEM-RO) quer ser ministro de Minas e Energia.

Pazuello animado

Exultantes com o depoimento em duas partes de Eduardo Pazuello, o estafe do ex-ministro diz que o relatório preliminar anunciado pela CPI da Covid é "sinal de desespero" porque tenta criar "fato político" para manter a chama da CPI da Covid acesa.

Segundo interlocutores do general, o depoimento dele enfraqueceu os trabalhos da comissão e colocou água no chope de quem gostaria de incriminá-lo ou chegar ao presidente Jair Bolsonaro.

Chumbo

Contudo, sabem que, politicamente, vem chumbo: Pazuello estará no centro já desse primeiro relatório produzido por Renan Calheiros (MDB-AL).

Relax?

O documento produzido pelo relator ao final do segundo dia de depoimento, no qual diz que Pazuello mentiu ao menos 14 vezes, deve nortear o relatório preliminar, imaginam os aliados do general. Dizem que a estratégia da defesa, porém, só será feita depois que ele for apresentado.

Um filho assim

Na Escolinha do Professor Omar Aziz, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) tem encarnado o personagem Seu Ptolomeu, o bom aluno: citou até a filósofa Hannah Arendt em sessão na semana passada. (COM MARIANNA HOLANDA)

PRONTO, FALEI!

Antonio Neto - Presidente municipal do PDT em São Paulo

"Ciro participou de debates com Haddad e Doria, e, inclusive, convidou Lula para debater publicamente os seus projetos, ou a falta deles, para o Brasil."

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