EMBROMAÇÃO

Governo negociava com Butantan pedindo ''tempo ao tempo'' para compra de vacinas

Interlocutores da Saúde com o Butantan passaram a atender menos as ligações; quando atendiam, pediam "compreensão''

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Alberto Bombig

Publicado em 28/05/2021 às 7:00
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Dimas Covas afirmou na CPI da Covid que, após o episódio do "um manda, o outro obedece", em outubro passado, houve uma "inflexão" nas conversas do Butantan com o Ministério da Saúde sobre a compra da Coronavac pelo governo federal. Porém, ele não detalhou a "inflexão". Segundo a Coluna apurou, o instituto tomou um "ghosting": interlocutores da Saúde com o Butantan passaram a atender menos as ligações; quando atendiam, pediam "compreensão", falavam em dar "tempo ao tempo" e evitavam qualquer tipo de respostas diretas.

Se liga

Termo do mundo digital, "ghosting" é quando uma pessoa deixa de responder a mensagens e ligações, sem aviso.

Panos quentes

Só em dezembro a Saúde passou a retomar as conversas com o Butantan, discretamente. Como a Coluna revelou naquela época, Pazuello designou Airton Cascavel como emissário para o diálogo.

Ele não?

Aliás, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tratou pouquíssimas vezes sobre vacina com o Butantan, assim como ocorreu com a Pfizer.

Ufa!

Após o longo depoimento, Dimas Covas disse a interlocutores ter dado seu melhor: apresentou ofícios, fatos, cronogramas, não fez juízo de valor.

Esperança

Dirigentes do Butantan também ficaram satisfeitos com o depoimento de Dimas Covas. Com a CPI em andamento e Ministério da Saúde sob novo comando, a expectativa em torno da Butanvac cresceu. Acreditam que a novela da Coronavac não se repetirá.

Bem na fita

A CPI da Covid completa um mês com apoio de 70,7% nas redes sociais, de acordo com o IP Brasil, da agência .MAP.

O perfil das manifestações sobre a CPI mostra claramente como ela é alvo de polarização entre os públicos de direita e de esquerda, que concentram 33,1% e 22,4%, respectivamente, das menções.

Ficou sem clima

Dois motivos levaram Paulo Caffarelli a renunciar ao cargo de CEO da Cielo. O primeiro deles: os sucessivos resultados ruins em sua gestão. No primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido caiu 54% em comparação com o trimestre anterior.

O segundo motivo é político. Planalto e Ministério da Economia nunca esqueceram as "raízes petistas" de Caffarelli, que foi número dois de Guido Mantega na Fazenda no governo Dilma Rousseff. A Cielo é controlada por Bradesco e Banco do Brasil.

In memoriam

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pediu o apoio de José Serra na busca por verbas direcionadas à construção de um centro avançado de pesquisa e atendimento para o câncer 100% SUS.

O novo centro vai se chamar Bruno Covas, em homenagem ao prefeito morto recentemente. O senador do PSDB se comprometeu com o projeto.

Vacina tour?

O presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, viajará para os Estados Unidos entre 5 e 16 de junho, para uma missão ministerial e agenda de encontros com investidores para tratar de 5G.

Morais passará por Washington, Nova York e Miami A piada em Brasília, onde nunca se perde a piada: aproveitará e fará o tour da vacina nos EUA? (COM MARIANNA HOLANDA)

PRONTO, FALEI!

Renan Filho - Governador de Alagoas (MDB)

"O presidente da República tem dado péssimos exemplos: incentiva as pessoas a não usar máscara, desdenha de aglomeração e desvaloriza vacinas."

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