Estresse em torno do Fundo Eleitoral reanima discussões nos bastidores sobre financiamento empresarial
A ideia entre dirigentes seria um retorno do financiamento empresarial com regras duras e claras. Quem defende o modelo lembra que ele foi extinto com o País mergulhado na Lava Jato
O estresse em torno do Fundo Eleitoral de quase R$ 6 bilhões está reanimando nos bastidores as discussões sobre uma possível volta do financiamento empresarial das campanhas. Parte da classe política não quer mais passar pelo desgaste já contratado a cada dois anos: qualquer centavo a mais no custo das campanhas gera reação da opinião pública. A ideia entre dirigentes seria um retorno do financiamento empresarial com regras duras e claras. Quem defende o modelo lembra que ele foi extinto com o País mergulhado na Lava Jato.
Tá...
Ou seja, na onda revisionista do legado da operação, acham que o tema tem pertinência.
...na hora?
O ministro Gilmar Mendes, do STF, defendeu a tese no Twitter. Segundo ele, "deveríamos fortalecer a fiscalização dos gastos" em vez de proibir a doação empresarial.
No laço
A volta do financiamento empresarial tem de ser feita via PEC, até um ano antes da eleição. A Câmara se prepara para votar uma reforma eleitoral na primeira semana de agosto.
Contrários
Dirigentes do Centrão, contudo, rechaçam a possibilidade: ainda é cedo e a sociedade não estaria pronta para o debate.
Contrários 2
Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, disse ser contra. Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou ser "impossível".
Indo na…
Nas eleições de 2018, apenas 0,1% dos eleitores aptos a votar fizeram doações a partidos e candidatos, segundo Michel Bertoni, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).
…contramão
Por que isso é um problema para 2022? "As pessoas físicas não têm o hábito de doar recursos para as campanhas eleitorais no Brasil", afirma o advogado eleitoral.
Faz sentido
"O aumento dos valores do Fundo Eleitoral poderia afastar ainda mais as doações privadas, dada a repercussão negativa do tema", completa Bertoni.
Cola...
Diante das ameaças do vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), de instaurar o impeachment se assumir a presidência da Casa interinamente, o titular Arthur Lira (PP-AL) tem brincado com interlocutores que, a partir de agora, não fará nenhuma viagem oficial.
...na cadeira
Lira faz analogia com algo que ouve em casa, de sua mulher: ela costuma lembrar que pode até dar corda a ele, mas quem puxa de volta é ela. A reação de Ramos desagradou a governistas: acharam que ele, assim como Bolsonaro, gosta de ser pedra, mas não de ser a vidraça.
Eu...
A interlocutores, Ramos tem usado uma expressão consagrada por Cristiano Ronaldo para explicar o motivo de ter requerido os pedidos de impeachment: "Estou aqui, o presidente sempre se lembrará disso", teria dito.
...estou aqui
Ronaldo comemora gols dizendo: "Eu estou aqui!"
Com Marianna Holanda.
PRONTO, FALEI!
Carla Zambelli
Deputada federal (PSL-SP)
"Houve comoção popular muito grande (contra o fundão). É função do presidente ouvir o povo que o elegeu. Mas, de uma forma ou de outra, fica exposto."