Coluna do Estadão

Discreto, França impõe novo perfil ao Itamaraty

O Itamaraty, agora, se empenha em fazer o que o "olavismo", associado ao ex-ministro Ernesto Araújo, o impediu: política

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Alberto Bombig

Publicado em 16/08/2021 às 7:19 | Atualizado em 16/08/2021 às 7:24
Análise
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Bolo de aniversário para embaixador argentino, contato com a oposição no Congresso e silêncio diante de polêmicas do presidente estão entre as estratégias citadas por diplomatas para reconhecer o esforço de Carlos França para recuperar a imagem da política externa brasileira após o caos provocado pelo furacão Ernesto Araújo. O Itamaraty, agora, se empenha em fazer o que o "olavismo", associado ao ex-ministro, o impediu: política. França tem buscado diálogo inclusive com a China, alvo constante do "bolsonarismo". A diplomacia ainda pulsa.

Menos é mais

Claro, a política externa ainda está aquém da tradição do Itamaraty. Porém, neste momento, menos pode ser mais. O silêncio de França após o encontro fora da agenda de Jair Bolsonaro com Beatrix von Storch, deputada alemã de partido investigado por propagar ideias neonazistas, é apontado como simbólico. Ao não dar eco às polêmicas do presidente, como costumava fazer Ernesto, França achou uma forma de tentar blindar a diplomacia brasileira.

Análise

"A reconstrução é desafiadora porque um governo que representa ameaça às instituições faz com que sua credibilidade tenha que ser recuperada diante do mundo", diz o cientista político Rafael Cortez, da
Tendências.

Tá...

Deputados suspeitam que a decisão sobre as emendas da Saúde que serão pagas tem sido tomada na presidência da Casa.

...bem...

As emendas são impositivas, é o governo que decide quando devem ser pagas. A desconfiança de deputados descontentes é de que a direção da Casa escolhe quem deve ser priorizado no processo.

...estranho

O caminho tem sido a emenda "cheque em branco", que permite a parlamentares mandarem verbas direto para suas bases. O dinheiro pinga na conta em 60 dias. O caminho normal leva um ano.

Pronto, falei

"Bolsonaro quer jogar sua horda de apoiadores na rua, provocar convulsão social e requisitar mecanismos da lei e da ordem que justifiquem ação militar", atacou o presidenciável Ciro Gomes (PDT).

Diz...

Simone Tebet recorreu a uma anedota dos tempos do ilustrado Rui Barbosa para ironizar a postura do
governo federal no caso da Covaxin.

...pra mim

Diante de um ladrão que surrupiava as galináceas, o jurista teria feito um discurso tão rebuscado que levou o atônito larápio a perguntar: levo ou não levo as galinhas? "O que eu faço diante de todas as irregularidades que vejo nesse caso?", questiona a senadora do MDB-MS.

De olho

Depois de abandonar o processo seletivo para definir o postulante do Novo ao Senado, o deputado estadual Heni Ozi Cukier (SP) virou sonho eleitoral do MBL, que já faz barulho pela chapa encabeçada por Arthur do Val (Patriota) como candidato ao governo de São Paulo.

Deu match

O deputado já encampou campanhas do MBL contra Bolsonaro e Lula e, assim como o grupo, fala a favor da construção de uma terceira via eleitoral. "Seria um grande reforço para a chapa na disputa ao Senado", disse o vereador paulistano Rubinho Nunes (PSL), do MBL.

Porta

O impasse é a definição de uma sigla não só para Cukier, ainda no Novo, mas também para os membros do MBL, hoje "espalhados" entre Patriota (Do Val e Amanda Vettorazzo), DEM (Kim Kataguiri) e PSL (Nunes). O movimento aposta no PSL, mas impõe condição: só entra se os bolsonaristas saírem.

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