Coluna do Estadão

Petrobras: mudança de preços entra em hibernação

Nem auxiliares de Jair Bolsonaro nem investidores acreditam hoje que o governo vá insistir em mexer na política de preços da Petrobras

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Mariana Carneiro

Publicado em 15/04/2022 às 13:57
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Nem auxiliares de Jair Bolsonaro nem investidores acreditam hoje que o governo vá insistir em mexer na política de preços da Petrobras. No front político, a leitura é a de que o tema saiu das manchetes, dando uma trégua a quem trabalha dia e noite acalmando Bolsonaro. Já no meio econômico, a percepção é a de que não há tempo, até a eleição, para que o governo consiga alterar a norma, o que demandaria pelo menos reformar a Lei das Estatais para não provocar uma enxurrada de contestações judiciais de acionistas minoritários. "Bolsonaro já conseguiu o discurso político que queria ao dizer que trocou o presidente da empresa", avalia um alto executivo do setor financeiro.

Gravidade

Um dos argumentos que sustentam a aposta é que o preço do petróleo gira no mesmo patamar do último reajuste da Petrobras, e que o dólar só caiu desde então. Os dois elementos compõem a fórmula que corrige preço dos combustíveis no Brasil.

Prazo

O cenário só muda se houver uma explosão nos preços do petróleo, em razão de desdobramentos da guerra na Ucrânia, por exemplo. Mas, ainda assim, a aposta é que a via menos difícil é a do subsídio, mas mesmo assim arriscada se feita depois de junho, o que poderia suscitar dúvidas sobre desrespeito às leis eleitorais.

Absolvido

Para a surpresa (e alívio) de sindicalistas que participaram do evento de Lula ontem, em São Paulo,
Geraldo Alckmin não foi vaiado por membros da CUT. A central representa a categoria dos professores, que protagonizou grandes embates com o ex-tucano durante seu governo.

Fonte

José Dirceu segue encontrando operadores do mercado financeiro. Nesta semana, se reuniu em Brasília com investidores e funcionários do suíço UBS e da Capital Markets. Antes, esteve com um grupo reunido
pela gestora Guide.

Culpado

Já o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, não foi poupado das vaias. Seus críticos costumam
lembrar que ele apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Filtro

Despontando como principal representante do centro político até o momento, Simone Tebet (MDB) vem
comendo pelas beiradas na conquista do empresariado. Um dos que a procuraram para conversar nos últimos dias foi Abílio Diniz, que junto com a mulher Geyze Diniz tratou de programas sociais.

Olho

Ataque de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à jornalista Miriam Leitão motivou a deputada Perpétua Almeida
(PCdoB-AC) a propor uma atualização do código de ética da Câmara para punir condutas misóginas com
perda de mandato.

Máquina

Em campanha para ganhar apoio no Nordeste, Bolsonaro ampliou as transferências voluntárias para
investimentos no início do ano. O valor aplicado aumentou 640% em relação a 2021.

Pronto, falei

"Estávamos com uma promessa do governo que policiais seriam valorizados. Caiu. Existia a expectativa de nosso trabalho ser reconhecido no governo Bolsonaro", diz Dovercino Neto, presidente da FenaPRF

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