COLUNA DO ESTADÃO

Caciques do União Brasil e do PP reagem 'com o fígado' à aliança de MDB E PSDB

O acordo firmado entre MDB e PSDB incomodou e fez com que políticos experientes "agissem com o fígado", na visão de aliados

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Mariana Carneiro

Publicado em 10/06/2022 às 7:00
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O acordo firmado entre MDB e PSDB incomodou e fez com que políticos experientes "agissem com o fígado", na visão de aliados. O pré-candidato à Presidência pelo União Brasil, Luciano Bivar, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ameaçaram o rompimento de acordos dos seus partidos com o PSDB em São Paulo sem consultar correligionários. No caso de Lira, não houve contato com o presidente do diretório do PP-SP, Guilherme Mussi. Depois do episódio, Mussi ligou para Garcia para lhe dizer, em caráter reservado, que não há risco de rompimento. Outros membros do PP afirmaram que não há chance de desembarque. Já Bivar tampouco combinou com lideranças no Estado.

ILHADO

Garcia, que no início do dia parecia isolado, ganhou sinal de apoio à tarde. Na inauguração de uma obra bancada pelo Estado, o deputado Alexandre Leite (União-SP), filho de Milton Leite, disse que "ninguém de fora vai ditar para quem a família Leite vai pedir voto".

IRRIGAÇÃO

Parlamentares do PP paulista vêm sendo abastecidos com fartos recursos do governo do Estado para seus redutos eleitorais. O próprio Mussi, embora seja deputado federal, está divulgando em suas redes o envio de milhões estaduais para cidades como Itararé e Buri.

REAL

Em 21 de maio, Mussi postou no grupo de WhatsApp do PP que a aliança com Garcia seria desfeita para liberar interessados em apoiar Tarcísio de Freitas. Dois dias depois voltou atrás. Seus colegas disseram que não romperiam com Garcia, com quem também têm acordos para irrigar suas bases.

CHANCELA

Na segunda, antes de o PSDB sacramentar a aliança com o MDB de Simone Tebet, Tasso Jereissati (PSDB-CE), favorito ao posto de vice, esteve no CDPP, ninho da inteligência tucana em São Paulo. Disse que pensava em "pendurar as chuteiras", mas demonstrou estar engajado em oferecer alternativa à polarização.

CENÁRIO

Tasso tratou de temas como a captura do Congresso pelo orçamento secreto, o que faz com que, não importa o eleito, enfrente dificuldades nas casas legislativas. E também sobre como a eleição patrocinada pelo fundo eleitoral, nas mãos dos caciques, desincentiva a renovação no Parlamento.

CAMINHOS

A indicação a vice é considerada o "caminho natural" nos partidos. Nesta quinta, ele participou da reunião tucana por meio virtual.

Viajou ao Ceará e segue para a Itália, para o aniversário de Abilio Diniz.

CURSO

O ex-chanceler Ernesto Araújo, seguidor do finado Olavo de Carvalho, lançou um curso para ensinar tudo o que ele sabe de "globalismo" e o que ele batizou de "logopolítica".

TÁ FÁCIL

Com a teoria, promete explicar problemas complexos. "Quando temos os fenômenos da inflação, da guerra, da carestia, estamos diante de processos que têm a ver com as ideias. São as ideias por trás desses processos que determinam a sua problemática."

COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES. COLABOROU ELIANE CANTANHÊDE

PRONTO, FALEI!

Joice Hasselmann

Deputada federal (PSDB-SP)

"O ministro da Economia, Paulo Guedes, pede o congelamento dos preços até o presidente Jair Bolsonaro vencer as eleições. O 'liberal' virou Sarney."

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