COLUNA DO ESTADÃO

Após prisão de Ribeiro e áudios comprometendo Bolsonaro, governistas tentam mudar assunto e colocam em ação ataque a governadores

A Secretaria Especial de Comunicação da Presidência elaborou imagens-padrão, uma para cada Estado, na qual detalha recursos repassados a Estados desde 2019

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Mariana Carneiro

Publicado em 28/06/2022 às 7:00
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O governo iniciou a semana com uma estratégia de comunicação para mudar de assunto, após a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e a revelação de áudios comprometendo Jair Bolsonaro. A Secretaria Especial de Comunicação da Presidência elaborou imagens-padrão, uma para cada Estado, na qual detalha recursos repassados a Estados desde 2019. As peças estão sendo usadas por pré-candidatos a governador, como o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS), e por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que é responsável pela coordenação da campanha. Além de tentar trocar a pauta, a tática também ajuda a revigorar a rivalidade contra governadores após a sanção do projeto de lei que reduziu o ICMS de combustíveis e energia.

DE NOVO

Pelo terceiro ano seguido, as contas do governo Jair Bolsonaro receberão ressalvas do TCU. Na avaliação, que será levada ao plenário da Corte nesta quarta-feira, haverá observações, como o questionamento sobre o uso de recursos do orçamento da Seguridade Social (leia-se Previdência) para bancar despesas da educação.

DE NOVO 2

Em 2019 e em 2020, as contas de Bolsonaro foram aprovadas com 14 e 28 ressalvas, respectivamente. Desta vez, também não se espera rejeição, apesar das anotações negativas.

VAI?

Uma liderança do PSB paulista diz, sob reserva, que a leitura de que Márcio França deve deixar a disputa ao governo de SP para apoiar Fernando Haddad se tornou predominante na sigla. "Sem coligação com PSD ou União, vai fazer o quê?". O presidente do PSB, Carlos Siqueira, segue dizendo, porém, que a candidatura está de pé.

GUARDADO

Após a divulgação da informação pela Coluna de que Marcelo Xavier, presidente da Funai, não visitou terras indígenas desde 2019, segundo levantamento no Portal da Transparência, a assessoria do órgão entrou em contato para informar que ele foi, sim, a esses territórios, com registros de dez viagens. A Funai não diz, porém, por que as viagens não estão registradas no portal oficial de informações, mantido pela CGU, como manda a lei.

CONVERSA

Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez chegar a interlocutores a insatisfação com o parecer de Marcos do Val (Podemos-ES), apoiado por Arthur Lira (PP-AL), da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023. O texto torna impositivas as emendas de relator, o chamado orçamento secreto. Para Pacheco, como o instrumento tem a sua constitucionalidade questionada no STF, precisa passar por uma discussão maior antes de qualquer tipo de imposição.

FILA

Líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ) diz que se Pacheco autorizar a criação da CPI do MEC antes de outras pedidas por governistas vai tratá-los como baixo clero. "Só se ele achar que um senador vale mais do que outro. Já fez errado na CPI da Covid, ao abri-la antes da proposta por Plínio Valério (sobre as ONGs na Amazônia). Vai fazer de novo?"

PRESSÃO

Pacheco já disse que a CPI do MEC, se cumprir todos os requisitos legais, ele "não vai ter como segurar".

*COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES

PRONTO, FALEI!

Carlos Siqueira

Presidente do PSB

"Não somos esses partidos que negociam cargos. Isso seria inadmissível", disse, sobre a possibilidade de o PT oferecer ministérios em troca de apoio a Haddad.

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