COLUNA DO ESTADÃO

Governo Bolsonaro paga só metade do prometido em ‘emendas pix’ até o prazo eleitoral

Na reta final do prazo dado pela lei para a execução de transferências a Estados e municípios antes da eleição, o governo Bolsonaro limitou a 50% o pagamento das "emendas pix"

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Mariana Carneiro

Publicado em 02/07/2022 às 10:45
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Na reta final do prazo dado pela lei para a execução de transferências a Estados e municípios antes da eleição, o governo Bolsonaro limitou a 50% o pagamento das "emendas pix". A promessa era liberar R$ 3,2 bilhões desse tipo de emenda parlamentar até o fim de junho, mas o valor ficou pela metade - o resto só depois da eleição.

A parlamentares, a Economia alegou restrição financeira. Mas não foi o que ocorreu com outro tipo de emenda - as do orçamento secreto - que tiveram a execução acelerada desde a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro. Ontem à noite, pouco antes do fim do prazo, o governo soltou uma nova edição extra do D.O. ampliando os limites de gastos com essas emendas na Saúde e na Cidadania.

DISTINTAS

A diferença entre os dois tipos de emenda parlamentar é que, enquanto no pix orçamentário todos os parlamentares têm acesso ao mesmo valor (cerca de R$ 9 milhões neste ano), no orçamento secreto a distribuição é feita ao gosto das cúpulas da Câmara e do Senado.

SEMELHANTES

As "emendas pix" padecem de outro defeito: como se trata de uma transferência direta para a conta das Prefeituras (por isso, o apelido), elas saem do radar de fiscalização dos órgãos federais de controle, como TCU e MPF.

MUITO PRAZER

Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda não passou por Carapicuíba na campanha ao governo de São Paulo, mas deve receber em breve o título de "Cidadão Carapicuibano". A ideia de homenageá-lo é dos vereadores Ari Cardozo (Republicanos) e Antonio Beserra (PL) e foi aprovada na última quinta-feira.

APOSENTADORIA

Lula já tinha confidenciado a aliados e amigos que não deve tentar a reeleição em 2026, caso vença o pleito deste ano. "Creio que é pra valer, até pela realidade biológica de que estamos chegando nos 80 anos", diz um petista veterano.

FILA

Seus aliados não minimizam, porém, o efeito que a notícia tem sobre o ânimo de potenciais apoiadores, interessados em substituí-lo. Foi citado o exemplo de Cláudio Castro (PL), no Rio, que tem conquistado apoio justamente por não poder se reeleger, ao contrário do rival Marcelo Freixo (PSB).

FIO

Márcio França (PSB) convidou Gilberto Kassab para ser seu suplente ao Senado, caso o ex-governador abandone a candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT). O arranjo serviria para aproximar o PSD de Lula e, assim, viabilizar um acordo nacional com PT já no 1.º turno.

NÃO VI

Perfis de direita evitaram o caso Milton Ribeiro nas redes sociais - eles responderam por 24% das postagens sobre o tema na semana da prisão do ex-ministro. Já os de esquerda responderam por 40% dos posts.

FALA

Os que não estão identificados com nenhum dos dois polos responderam por 26% do debate nas redes sobre a corrupção no MEC. O levantamento é da .Map, que faz uma análise qualitativa em 1,4 milhão de posts no Twitter e Facebook a cada semana.

PRONTO, FALEI!

Bruno Bianco

Advogado-geral da União

"Ainda que existisse ânimo para se autorizar uma política eleitoreira, ela colocaria em risco a candidatura do presidente da República. Não é isso que se quer."

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