COLUNA DO ESTADÃO

Para o governo Bolsonaro, em caso de CPI, melhor duas comissões do que uma

A primeira opção do governo Jair Bolsonaro neste momento é tentar adiar a instalação da CPI do MEC para depois da eleição. Mas caso a negociação não avance, tanto melhor duas CPIs do que uma, na avaliação de governistas

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Mariana Carneiro

Publicado em 05/07/2022 às 7:00
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A primeira opção do governo Jair Bolsonaro neste momento é tentar adiar a instalação da CPI do MEC para depois da eleição, usando inclusive instrumentos jurídicos contra o colegiado. Mas caso a negociação não avance, tanto melhor duas CPIs do que uma, na avaliação de governistas. Isso porque duas comissões tendem a diluir as críticas da oposição e ajudam a desviar o foco do eleitor. Duas comissões também disputam o tempo da TV Senado, o que poderia segmentar a audiência. Rodrigo Pacheco (PSD-MG) já sinalizou que, caso a pressão da oposição para a abertura da CPI do MEC seja grande, a instalação de dois colegiados deve ser a saída para não desagradar aos bolsonaristas.

FALTA

O presidente do Senado tem alertado, no entanto, que faltam senadores para compor dois colegiados durante o auge da campanha eleitoral. Quem for titular de uma comissão só pode ser suplente em uma segunda CPI.

ABATE

Mesmo integrantes da oposição consideram que "não é um bom negócio" abandonar seus Estados em ano eleitoral para se dedicar à CPI e avaliam, nos bastidores, que quem for escolhido será "sacrificado". Esse grupo afirma que é arriscado também abrir a porta para o resgate de episódios de gestões passadas.

CLIMÃO

Auditores da Receita esperaram até ontem, data-limite da lei eleitoral, pelo bônus prometido pelo secretário Júlio César Gomes com o aval de Jair Bolsonaro. O benefício não saiu. A demora no pagamento já havia provocado uma enxurrada de entrega de cargos de chefia.

ANTES

A PEC dos Biocombustíveis, que abriga a PEC Kamikaze na Câmara, sob relatoria de Danilo Forte (União-CE), vai tratar de demandas do biodiesel, feito principalmente de óleo de soja. O setor virou alvo da Economia nas propostas para baixar os preços dos combustíveis. Empresários querem aproveitar a PEC para se resguardar.

FRAÇÃO

No texto em debate na Câmara, os produtores querem fixar que o limite mínimo da mistura não seja inferior a 10% - hoje está em 13%, mas Paulo Guedes e auxiliares já tentaram baixar para 6%. A ideia é garantir ainda que o cronograma para se chegar a 15% em março de 2023 não seja adiado

NINGUÉM

Apesar de já ter passado no Senado, o benefício a taxistas ainda não foi mapeado por nenhum ministério até agora A Economia diz que a conta é do Desenvolvimento Regional, que a repassou à Infraestrutura.

APOIO

Um grupo de artistas capitaneado pela empresária Paula Lavigne defende que Alessandro Molon (PSB) seja o candidato ao Senado na chapa de Lula no Rio. A lista de apoiadores tem 320 nomes, como os de Caetano Veloso, Fernanda Montenegro e Rodrigo Maia (PSDB). Mas o político voltou atrás.

MUDEI

"Não defendo nada. Assinei isso faz muito tempo. Esse problema é do PSB", diz Maia. A lista foi feita em março. Agora, ele quer emplacar Cesar Maia na vice de Marcelo Freixo.

*COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES

PRONTO, FALEI!

André Ceciliano (PT)

Pré-candidato ao Senado no Rio

"Em Política, não pode ter pirraça. Ninguém pode ser candidato de si mesmo. É direito do Molon (manter a pré-candidatura), mas o PT quer fazer valer o acordo."


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