COLUNA DO ESTADÃO

Irritado com Marcos do Val, Pacheco freia mudanças no orçamento secreto

Irritado com a repercussão da entrevista de do Val ao Estadão, Pacheco pressionou o senador a desistir das inovações que ele queria emplacar no ano que vem e patrocinou um movimento para retomar as regras vigentes

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Mariana Carneiro

Publicado em 12/07/2022 às 7:00
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O recuo do senador Marcos do Val (Podemos-ES) na definição sobre como será executado o orçamento secreto em 2023 nasceu no gabinete de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Irritado com a repercussão da entrevista de do Val ao Estadão, Pacheco pressionou o senador a desistir das inovações que ele queria emplacar no ano que vem e patrocinou um movimento para retomar as regras vigentes. Do Val queria tornar o orçamento secreto impositivo em 2023.

A manobra de Pacheco não agradou a Arthur Lira (PP-AL) e seus aliados, os principais interessados nas mudanças, que viam na nova execução do orçamento secreto uma forma de engessar o novo governo eleito caso Jair Bolsonaro perca a eleição.

ZAP

No grupo de WhatsApp da Câmara, Lira e aliados sentiram o golpe. "O relator da LDO (Marcos do Val) está sendo pressionado a acatar uma emenda retirando a impositividade. Proponho que, se isso acontecer, passemos todos a obstruir a LDO até resolver", escreveu Elmar Nascimento (União-BA). "Amigos se não houver acordo o melhor é obstruir e tentar arrumar até quinta. Em respeito ao que foi acertado", escreveu Lira.

MENOS

Pacheco também avisou aliados que Marcelo Castro (MDB-PI), relator do orçamento, terá aval para reduzir o valor dessas emendas quando a discussão começar, no 2º semestre.

SABÃO

A operação de autolimpeza da imagem, promovida por Pacheco, foi celebrada pela oposição. Mas não por críticas ao orçamento secreto, mas porque a briga entre ele e Lira pode atrasar a votação da PEC Kamikaze, que ajuda Bolsonaro na eleição.

REVIDE

O MDB gaúcho adiou a reunião no domingo que decidiria se Gabriel Souza segue na disputa pelo governo do Estado ou se aceita ser vice de Eduardo Leite (PSDB). Tucanos, por sua vez, afirmam que o adiamento do MDB do RS implica adiar também o anúncio da vice de Simone Tebet (MDB).

AMIGOS

Aliado de Jair Bolsonaro na eleição em Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) trabalha para ter mais um senador em sua chapa, além do bolsonarista Jorge Seif Jr., ex-secretário da Pesca. Aliados de Mello avaliam que Seif não tem chance e, por isso, querem lançar também Kennedy Nunes (PTB).

TEMPO

Apesar da pressão para a definição do vice, Fernando Haddad deve utilizar ao máximo o tempo disponível até a convenção do PT, prevista para o dia 21, para tomar a decisão. Marina Silva ainda está entre os alvos preferenciais da campanha

PALCO

O RenovaBr vai montar uma instalação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta quarta e quinta-feira, com uma sala de aula e uma rampa de 4 metros em forma de livros. Quer mostrar a relevância na formação de lideranças para atuar na política, foco do seu trabalho.

REPRESENTAÇÃO

O movimento, que é bancado pela iniciativa privada, lançará 194 candidatos na eleição deste ano por diferentes partidos. A formatura deles será na quinta.

*COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES

PRONTO, FALEI!

Felício Ramuth (PSD)

Vice na chapa de Tarcísio de Freitas

"A população vai diferenciar o ato isolado de alguém que fez o que fez. Não vai influenciar (na campanha de Bolsonaro e aliados)", disse, sobre assassinato de petista.

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