COLUNA DO ESTADÃO

Arthur Lira não desistiu de tornar obrigatório orçamento secreto

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem deixado claro a aliados, em conversas reservadas, que não desistiu da impositividade do orçamento secreto e que pretende levar adiante a ideia ainda este ano

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Mariana Carneiro

Publicado em 14/07/2022 às 7:00
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Arthur Lira (PP-AL) tem deixado claro a aliados, em conversas reservadas, que não desistiu da impositividade do orçamento secreto e que pretende levar adiante a ideia ainda este ano, apesar da derrota na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A ideia é, primeiro, apresentar uma proposta de resolução para estabelecer critérios sobre a distribuição da verba e garantir transparência para atender aos critérios exigidos pelo STF. Assim, busca-se minimizar as críticas públicas. Depois disso, aliados de Lira que integram o Centrão consideram que haveria caminho livre para votar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garanta o caráter obrigatório no pagamento dessas emendas parlamentares.

MUDA

A fixação de critérios foi uma das exigências do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nas conversas sobre as emendas. O relator do Orçamento do ano que vem, Marcelo Castro (MDB-PI), também não esconde a preferência por reduzir o valor delas, previsto em R$ 19 bilhões em 2023.

TEMPO

A proposta ainda está no plano das ideias, mas deputados creem que seja possível aprová-la antes da eleição. Já senadores preferem deixar o assunto para depois de outubro, quando estará claro quem mandará no governo em 2023.

AGORA VAI

O diagnóstico foi feito por Adolfo Sachsida, ministro de Minas e Energia, mas é compartilhado por bolsonaristas. Com a aprovação da PEC Kamikaze e os efeitos da redução de ICMS sobre combustíveis, o governo terá pela frente quatro semanas de calmaria, ou seja, melhora no ambiente econômico.

LENTE

Em conversa ontem com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Lula disse acreditar que o efeito da PEC Kamikaze para Jair Bolsonaro ainda precisa ser avaliado. Na visão do petista, as benesses oferecidas até agora pelo presidente, como o pagamento de 13.º antecipado para aposentados e o aumento do Auxílio Brasil de R$ 200 para R$ 400, não surtiram efeito positivo nas pesquisas, como se imaginava.

COMBO

Sem criticar o novo pacote de bondades, que reajusta o Auxílio para R$ 600 e traz novos benefícios, Lula disse avaliar que a crise vai além do aspecto financeiro, e que as pessoas estão sendo acometidas por outros desacertos de Bolsonaro, como o estímulo à violência, os ataques à democracia e a banalização das mortes por covid.

FORMAL

A reunião foi marcada por senadores do PT sob a pauta "apoio à democracia".

NEM LIGO

A possível aliança do PDT de Rodrigo Neves com o PSD de Felipe Santa Cruz no Rio não assustou aliados de Marcelo Freixo (PSB). Apesar da junção dos rivais, dizem, Freixo ainda terá mais tempo de exposição em TV se fechar a aliança com o PSDB - que eles dão como certa. Serão 2 minutos e 15 segundos para Freixo ante 1 minuto e meio para Neves.

ÚNICA

Freixo tem dito a aliados acreditar ainda que será ajudado pela reprodução no Rio da polarização nacional.

*COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES

PRONTO, FALEI!

Marcel van Hattem

Deputado federal (Novo-RS)

"Abre-se precedente para aumento de benefícios para fins eleitorais. A perda do poder de compra será maior que o aumento do auxílio", disse, sobre a PEC Kamikaze.

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