O real significado da Páscoa

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Publicado em 09/04/2023 às 0:00

REV. HUMBERTO FERREIRA COSTA

Na língua hebraica, a palavra Páscoa (Pessach) significa passagem” (Êxodo 12.11) e, na língua grega, Pascha, pode significa “sacrifício pascal” (Mat. 26.19). No Antigo Testamento, a Páscoa referia-se ao acontecimento da décima praga descrita no livro bíblico de Êxodo (11,12) que foi a “morte dos primogênitos”. Deus ordenou a Moisés e aos israelitas que eles deveriam sacrificar um cordeiro sem defeito; seu sangue deveria ser aspergido nos umbrais das portas; e, a carne deveria ser assada no fogo e comida com pães asmos e ervas amargas (Êx 12.7-10). Deus iria ferir os egípcios e preservar os israelitas simbolicamente por meio do sacrifício do cordeiro.
No Novo Testamento, Jesus celebrou a festa da Páscoa juntamente com os seus discípulos (Mat. 26.17-30). Tal celebração compreende o triunfo do Cordeiro de Deus sobre a morte. Jesus tomou o pão deu aos discípulos e disse que era o seu Corpo e, a seguir tomou o cálice e disse que era o sangue da nova aliança (Mat. 26.26,27).
A Páscoa do Antigo Testamento apontava de forma direta para o Cordeiro de Deus que é Jesus Cristo. Não é sem razão que ele nasceu numa estrebaria. João Batista o chamou de forma direta de cordeiro “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Jesus é o verdadeiro cordeiro que de uma vez por todas, libertou o seu povo dos seus pecados. Paulo escrevendo aos Colossenses diz: "Ele nos libertou das trevas e nos transportou para o reino do Filho de seu amor, no qual temos a redenção e a remissão dos nossos pecados” (Cl 1.13, 14).
Jesus enfrentou o sofrimento e a dor. Foi exatamente na celebração da festa da Páscoa dos judeus que ele foi morto. Ele era o Cordeiro providenciado por Deus. Foi traído, preso, maltratado de forma intensa e, finalmente morto na Cruz. Mas, ao terceiro dia, ressuscitou! (Mat. 28.6). A ressurreição é um ponto muito importante no cristianismo. Sem ela nada teria sentido, tudo teria sido em vão (1 Cor. 15.14), mas ele vive!
E, o coelhinho e os ovos de páscoa, o quem tem a ver? Nada mais são do que crendices e superstições populares. Essas criações certamente são prejudiciais à compreensão do significado exato. Além disso, tem o espírito mercantilista que nunca se satisfaz. É preciso falar a essa geração e também às futuras que a Páscoa significa o sacrifício de Jesus por seu povo. Foi o amor de Deus sendo demonstrado de forma vívida ao mundo (Jo. 3.16).
A morte dos primogênitos dos egípcios representa um aviso que deve ser levado em consideração hoje. Deus feriu aos egípcios e libertou o seu povo. Um dia, Jesus virá e definitivamente libertará o seu povo. Essa libertação, tal como aconteceu na época da décima praga, terá um efeito punitivo para aqueles que não estiverem lavados e redimidos pelo sangue do Cordeiro. Aqueles que não receberem a Jesus como seu suficiente Salvador, estarão perdidos e expostos à uma sentença de morte irremediável, definitiva e eterna.
A igreja deve celebrar, não propriamente a páscoa e sim a vitória de Jesus. O Apóstolo Paulo nos diz como devemos fazer isso: “…celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (1Co 5.7, 8). A páscoa é um excelente período para nos lembrarmos do sacrifício de Jesus. Ele se entregou por nós. Foi morto, mas ressuscitou e vive!


Pr. Humberto Ferreira, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil desde 1999. Atualmente pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana das Graças no Recife-PE. Piscólogo, graduado ; em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie- SP e Mestre (Mdiv) pelo Andrew Jumper - Mackenzie - SP.

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