REVERENDO ROBERVAL GÓIS
O Dia dos Pais está chegando e com isso, temos a oportunidade de refletir sobre a figura e o papel do pai na criação de filhos. Como se sabe a paternidade bíblica tem sido alvo de contínuo, impiedoso e voraz ataque de Satanás, que, constantemente, busca a total desconstrução da família com toda sorte de engano e artificio, mas qual é mesmo o papel do pai na relação com os filhos? Qual é o lugar de autoridade do pai, reconhecido pela palavra, no exercício da paternidade bíblica?
Em Efésios 6:4, o apóstolo Paulo exorta os pais cristãos a uma postura de fidelidade e compromisso, quando diz: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”. A palavra pais que aparece no texto refere-se aos homens, somente. Ou seja: a palavra que Paulo usa é pai no plural, sem que as mães estejam incluídas. Quando o novo testamento faz referência ao pai e à mãe juntos, usa a palavra grega “GONEIS”, como está registrado em Lucas 2:43 e em Efésios 6:1. Mas, aqui no texto em comento, o apóstolo aos gentios usa a palavra “PATERES” que é o plural da palavra “PATER” – “PAI”. Nossa maior dificuldade reside no fato de que em português a palavra “PAIS” tanto significa pai e mãe, como também o plural de “PAI”. Mas a verdade é que os homens cristãos normalmente se preocupam muito mais com carros e com a escalação do seu time de futebol do que com a criação dos filhos.
Uma das maiores desgraças e tragédias na vida do homem e dos pais cristãos é a negligência com a criação dos seus próprios filhos. O Rev. Hernandes Dias Lopes, no livro “Pai, um homem de valor”, assim se expressou: “Não basta gerar filhos, é preciso educá-los e prepará-los para a vida. Muitos homens tornam - se famosos e alcançam o apogeu do sucesso na carreira profissional, mas poucos têm êxito no recôndito do lar. Ainda hoje, a paternidade responsável é uma das missões mais nobres, árduas e desafiadoras.”
A forma como os filhos são criados, em grande escala, vai demonstrar o nível da relação que o pai desenvolve com Deus. Os filhos, de alguma forma, testemunham para o mundo, o grau e lugar do cristianismo do pai. É por isso que Paulo vai alertar Timóteo acerca do cuidado para não escolher para a liderança da igreja homens que não exercem de forma exemplar o seu papel de líder doméstico e sacerdote do seu lar, pois quem não trata nem cria bem os seus próprios filhos nega a fé e é pior do que um infiel. “Mas se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo” (1º Tm. 5:8)
O papel do pai na educação dos filhos é primordial. E o livro de nossa lavra “PAI AFETIVO, PAI EFETIVO – A DIFERENÇA QUE O PAI FAZ” vem resgatar os elementos e princípios que norteiam a força e o significado desse papel bem como todos os benefícios bíblicos dele decorrentes para a família e para os filhos em especial. Nesse sentido, asseverou o pastor Augustus Nicodemus, em A Bíblia e sua Família: “Frequentemente se pensa que é tarefa das mães criar os filhos. Muitos maridos entregam essa responsabilidade totalmente nas mãos da esposa. Omitem-se, esquivam-se, desculpam-se, dizendo que a tarefa deles é ganhar o pão de cada dia e a da mãe, é o de criar os filhos(...)”. (...) A omissão dos pais na criação dos filhos, acaba por trazer consequências para as crianças, que crescem sem um pai presente e sem modelo de masculinidade que possa ser imitado”. A responsabilidade que a bíblia coloca nos homens para, primariamente, criar os filhos decorre, naturalmente, do fato de que o homem é o cabeça e líder da família. É o pai que deve encorajar, dar o exemplo, estimular, aplicar a disciplina, corrigir o erro, inibir o pecado e, principalmente, amar e pastorear o coração do filho. Obviamente, não devemos generalizar, mas, de alguma forma, filhos rebeldes, desobedientes, contumazes e infiéis são resultantes da omissão da presença paterna na sua criação.
Assim, é preciso, mais do que nunca, falar do lugar de pai e ao coração dos pais, mas não só para os pais, pois os princípios e ensinamentos bíblicos direcionado ao pai, são também muito importantes para as mães e para os filhos no processo de construção familiar à luz da palavra. Por isso, digo aos pais: aproveitem o tempo para discipular e pastorear seus filhos, pois daqui a pouco eles sairão de casa e seguirão os rumos de suas próprias vidas. Por mais improvável que seja e por menores que eles sejam hoje, o fato é que os filhos um dia não estarão mais conosco, motivo pelo qual temos de nos preparar para esse momento.
Texto extraído do livro: Pai Afetivo, Pai Efetivo, de autoria de Roberval Góis, lançado em Recife no dia 22/07/2023
No último sábado, 22, no Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, houve o lançamento do livro do Rev. Roberval Góis – “Pai Afetivo, Pai Efetivo – A diferença que o pai faz na criação dos filhos. O evento foi muito concorrido, e contou com a presença de várias autoridades civis e eclesiásticas. O livro, que tem o prefácio do Rev Hernandes Dias Lopes, fala do resgate dos princípios que norteiam a masculinidade e paternidade bíblicos. Contatos e informações: Zap: (81) 995301112 ou Insta: @pai_afetivo_pai_efetivo
Roberval Góis é ministro presbiteriano, advogado, licenciado em história, especialista em Direito e Processo do trabalho, fundador do Movimento Espiritualidade, Ética e Cidadania, escritor, autor do livro: A Igreja e as Questões Trabalhistas e Pai Afetivo, Pai Efetivo