PADRE BIU DE ARRUDA
O cristão é convidado a testemunhar sempre a alegria. Nessa atmosfera de beligerância mundial deve ser revolucionário da alegria que vem do Senhor. O próprio Jesus disse: “a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11). Por conseguinte, a alegria do cristão não consiste nos bens materiais. Não. Não é uma alegria qualquer. É a alegria que vem do alto. Ser portador da alegria divina – como sentimento interior – é uma mão na roda para enfrentar os desafios diários que não são poucos. E neste mundo de meu Deus, cheio de discórdia e de maldade, o cristão deve testemunhar a alegria que vem d Senhor.
A vocação do cristão é viver na alegria e dar testemunho dela. Afinal, a alegria é um fruto do Espírito Santo. Lembrando que no Novo Testamento, a palavra alegria aparece mais de 170 vezes. Sinal inequívoco de que nascemos para vivê-la e testemunhá-la. E como é maravilhoso conviver com alguém que vive e transpira alegria! As pessoas alegres contaminam o ambiente, deixando-o leve. Diferente de quem aceita a tristeza como inquilina do coração, vivendo uma Quaresma sem Páscoa. Só sofrimento. Sem olvidar, que a primeira comunidade cristã procurava viver na alegria do Senhor. Por isso, entre eles, não havia murmuração. E mais: o povo olhava e dizia: “veja como eles se amam”. Sinal de que a alegria é consequência de um amor profundo com o Senhor.
O cristão precisa ser um especialista na alegria do Senhor, transmitindo sempre esperança. Para tanto, basta lembrar aqui aquele lindo e maravilhoso encontro entre duas mulheres bíblicas: Maria e Isabel. Pois bem, quando Maria, mãe de Jesus, visita a sua prima, “o menino pulou de alegria no seu ventre”, assim diz o texto bíblico (Lc 1, 43); como também pode ser lido: “a minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador”. Aí reside, portanto, a razão de ser da alegria; sentimento que o Senhor coloca no interior de cada pessoa.
São Paulo, reconhecendo o valor da alegria, assim disse aos Filipenses: “alegrai-vos” (Fl, 4,4). O cristão deve ser um mestre em viver e transmitir alegria; essa é a vontade do Senhor. Nada de tristeza. Murmuração nem pensar. O ser humano foi criado para viver em comunhão com o Senhor. Não foi criado para a infelicidade, muito menos para a tristeza. A pessoa feliz tem autoestima. Não reclama. Supera as dificuldades com facilidade. Procura viver no Espírito. Sinal de que a autêntica alegria brota de um coração sem ressentimento. A pessoa que vive a alegria do Senhor enxerga a realidade com outros olhos. Não abre espaço para a negatividade. Nem tem a companhia do sentimento triste.
Geralmente, o cristão é uma pessoa que vive sob o impulso da alegria do Senhor. E por isso, dá sempre testemunho de gratidão. Contribui com a vida. Não vê nada como peso. Mantem a mente repleta de pensamentos maravilhosos. Transmite paz, outro fruto do Espírito Santo. Sem esquecer que, quem é impulsionado pela alegria do Senhor, apresenta um coração grato; cheio de bondade e esperança. Não sabe o que é reclamar.
Portanto, a alegria é sentimento transcendente. Supera a realidade material. É uma relação feliz entre a criatura e o Criador. É um bem-estar interior. Por isso, não só é agradável esse sentimento como também cada cristão é convidado a vivê-lo com intensidade na sua realidade de um ser humano em construção. Conviver com uma pessoa que sempre transmite alegria é bem diferente de quem só sabe reclamar, murmurar. Por essa razão, alegrai-vos no Senhor. Na alegria do Senhor Ressuscitado, Feliz Páscoa para todos.
Padre Biu de Arruda – é o pároco da Paróquia de Santa Luzia na Estância e da Arquidiocese de Olinda e Recife.
