Natal: Renovação Diária do Amor Cristão
O período natalino nos convida a olhar além do materialismo e da festividade superficial, reconhecendo nossa responsabilidade espiritual e social

PEDRO FERRIRA DE LIMA FILHO
Nos locais esquecidos de nossas cidades, existe um “presépio invisível” que persiste o ano inteiro. Famílias lutam diariamente, vivendo a realidade da fome, da falta de moradia, saúde precária e dignidade ausente. Em cada uma dessas vidas, o Natal é mais do que um feriado, é um reflexo diário de esperança e perseverança. Como afirma Jesus em Mateus 25,40, “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Este versículo nos lembra que cada ato de compaixão para com o próximo é um ato para com o próprio Cristo.
O período natalino nos convida a olhar além do materialismo e da festividade superficial, reconhecendo nossa responsabilidade espiritual e social. Em Tiago 1,27, somos chamados a “visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a guardar-se da corrupção do mundo”. Nossa fé exige uma prática ativa, um cuidado constante com os mais necessitados. O verdadeiro Natal, então, é um chamado para sermos presença e apoio, todos os dias do ano.
Refletir sobre a realidade dos marginalizados nos desafia a nos comprometermos com mudanças reais. Romanos 12,2 nos orienta: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”. Precisamos questionar as injustiças e transformar nossa visão, permitindo que o espírito de Cristo nos guie em direção à justiça social.
Que este Natal seja mais do que uma data, mas um compromisso com uma vida de compaixão. Em 1 João 3,18, somos exortados: “Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade”. Amar em ações é a expressão genuína do amor cristão, a mesma que Jesus demonstrou ao se sacrificar pela humanidade.
O espírito natalino deve transcender a época, pois o amor de Cristo nos impulsiona a uma renovação constante. Lamentações 3,22-23 lembra: “As misericórdias do Senhor não têm fim; renovam-se cada manhã”. Assim, devemos manter nosso coração disponível para servir e renovar o amor pelo próximo a cada dia, hora e segundo.
O Natal, enquanto símbolo de luz e esperança, também é um alerta para nossa responsabilidade enquanto cristãos. Em Mateus 5,14-16, somos chamados a ser “a luz do mundo” e a “deixar que nossa luz brilhe”. O chamado de Cristo é para que, em vez de esconder nossa fé, sejamos reflexos de sua bondade e compaixão.
A transformação do mundo começa em nós, ao demonstrarmos o amor de Cristo na prática. Em Filipenses 2,4, Paulo nos aconselha: “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros”. Viver o Natal é desenvolver um olhar que acolhe e valoriza a dignidade do próximo, sem esperar nada em troca.
Que nossa vida se torne uma mensagem viva do Evangelho. Colossenses 3,12-14 nos chama a nos revestir “de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência”, atributos que traduzem o caráter de Cristo em nós. Estes valores cristãos nos lembram que o verdadeiro espírito de Natal é o que renova nosso coração para servir.
Portanto, que o Natal seja, para cada um de nós, um tempo de renovar o propósito de viver o amor de Cristo. Em Gálatas 6,9, somos encorajados: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque, a seu tempo, ceifaremos, se não houvermos desfalecido”. Persistir no bem é a essência do cristianismo e a maneira de testemunhar a Cristo em um mundo de indiferença.
Como nos lembra Tiago 2,17: “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”. Que possamos viver a cada dia com esse espírito natalino, refletindo o amor e a presença de Cristo em tudo o que fazemos, sem esperar por uma data para renovar nosso compromisso com o próximo, mas vivendo esse amor de forma concreta e diária.
Prof. Dr. Pedro Ferreira de Lima Filho é Articulista, Filósofo, Pedagogo e Teólogo. E-mail: filho9@icloud.com