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Com o progresso dos medicamentos e adesão ao tratamento, as pessoas que vivem com o HIV/AIDS podem ter melhor qualidade de vida

O diagnóstico precoce e início de tratamento imediato com antirretrovirais reduzem as complicações da doença (1); parceria da GSK/ViiV Healthcare prevê fabricação no Brasil de medicamento inédito

JC360
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Publicado em 17/12/2020 às 8:02 | Atualizado em 18/12/2020 às 9:30
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Antirretrovirais são utilizados para reduzir as complicações da doença - FOTO: Shutterstock/Divulgação

Com a evolução dos tratamentos, a infecção pelo HIV/AIDS deixou de ser uma sentença de morte, passando à condição manejável, mas continua desafiando a sociedade (1). Ainda são necessárias campanhas de conscientização para alertar sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento precoces (2). No Brasil, há provavelmente 920 mil pessoas vivendo com HIV, segundo o relatório de Monitoramento Clínico do Ministério da Saúde de 2020 (3) – em Pernambuco, são 16.149 casos de infecção de HIV notificados entre 2007 a 2020 (4).

Embora o Brasil tenha reduzido o número de óbitos relacionados à doença, que caiu 29,3% – de 5,8 por mil habitantes, em 2009, para 4,1 por mil habitantes em 2019 – a infecção pelo HIV tem crescido entre os jovens. A maioria dos casos no país é registrada entre os meninos/homens faixa etária de 15 a 29 anos (4).

Em Pernambuco, um dos onze estados com média de mortalidade por 100 mil habitantes acima da nacional (4,4 e 4,1, respectivamente). A capital Recife também mostra dados similares, que apresentou diminuição nas taxas, porém encontra-se na 9ª posição no ranking de capitais com a maior taxa de detecção com 33,8 casos por 100 mil habitantes (4).

Outro dado preocupante é o aumento dos casos de HIV/AIDS em idosos (4). Em determinados locais no mundo, estima-se que em 2030, 70% da população com HIV será composta de pessoas acima de 50 anos (5).

Inúmeros fatores contribuem para o aumento do número de jovens e idosos com HIV, sendo o principal deles o não uso de preservativo durante as relações sexuais (1). No caso da terceira idade, podemos adicionar o fato de hoje ter uma maior oferta de medicamentos contra a disfunção erétil, o que ajudou a prolongar a vida sexual (6).

Por outro lado, a testagem ainda é um tabu: estima-se que existam aproximadamente 100 mil brasileiros vivendo com o vírus sem saber (3). Além do risco de contaminar outras pessoas o desconhecimento sobre sua condição sorológica, pode privar o indivíduo do início precoce do tratamento antirretroviral (7).

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, há exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e alguns testes rápidos podem ser encontrados a venda nas farmácias (8).

Segundo o infectologista e líder médico da GSK ViiV Healthcare, Rodrigo Zilli, garantir o tratamento precoce do HIV, é possível diminuir as complicações relacionadas às infecções pelo vírus, assim como reduzir as chances de transmissão e mortalidade, possibilitando ao paciente ter uma vida de qualidade (9).

“Além disso, o acesso à terapia antirretroviral tem reduzido o estigma e a discriminação contra pessoas vivendo com o HIV em muitos países. Mas, ainda, são necessárias campanhas de conscientização da população sobre a importância do diagnóstico e de incentivo à testagem para que o tratamento seja iniciado o quanto antes”, complementa o médico.

No Brasil, o tratamento contra o HIV é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (7). O Programa Nacional de DST/AIDS do governo brasileiro, é reconhecido mundialmente por sua ampla atuação no campo de direitos humanos, prevenção e tratamento do HIV, responsável por controlar a infecção e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com HIV em tratamento (10).

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O que é importante saber sobre o HIV - Divulgação

Investimento em ciência

A evolução no manejo da infecção do HIV/AIDS no Brasil – hoje caracterizada como doença crônica – se deve também às alianças estratégicas entre empresas privadas e institutos de pesquisa públicas, por meio de transferências de tecnologia e expertise para se produzir localmente os medicamentos cada vez mais inovadores.

Um exemplo é a recente parceria entre a GSK, que por meio da ViiV Healthcare se dedica exclusivamente ao desenvolvimento e produção de medicamentos para o HIV - e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). Esta aliança permitirá o desenvolvimento de antirretrovirais no Brasil, melhorando a capacidade nacional de produção de medicamentos para o tratamento de pessoas que vivem com HIV. A colaboração prevê a fabricação local de uma combinação de dois medicamentos já existentes, que resultará em uma nova terapia que pode trazer mais qualidade de vida e menos efeitos colaterais aos pacientes. 

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Referências

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Saude de A a Z – AIDS/HIV. Disponível em: <https://www.saude.gov.braude-de-a-z/aids-hiv#:~:text=A%20transmiss%C3%A3o%20do%20HIV%20e,Sexo%20oral%20sem%20camisinha>. Acesso em: 31 ago. 2020.
  2. UNAIDS. 90-90-90 Uma meta ambiciosa de tratamento para contribuir para o fim da epidemia de AIDS. Disponível em: <https://unaids.org.br/wp-content/uploads/2015/11/2015_11_20_UNAIDS_TRATAMENTO_META_PT_v4_GB.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2020.
  3. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Relatório de Monitoramento Clínico do HIV 2020. Disponível em: <https://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/relatorio-de-monitoramento-clinico-do-hiv-2020> Acessado em: 03 dez. 2020
  4. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS 2020. Disponível em: <https://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-epidemiologico-hivaids-2020>. Acesso em: 03 dez. 2020
  5. WING EJ. HIV and aging.International Journal of Infectious Disease. 53:61-68.2016.
  6. O ESTADO DE SÃO PAULO. Casos de HIV e AIDS entre idosos crescem. Disponível em: <https://summitsaude.estadao.com.br/casos-de-hiv-e-aids-entre-idosos-crescem-nobrasil/#:~:text=O%20maior%20e%20mais%20importante%20evento%20de%20saúde%20do%20Brasil.&text=O%20vírus%20do%20HIV%20pode,o%20aumento%20foi%20de%20657%25>. Acesso em: 31 ago. 2020.
  7. BRASIL. Ministério da Saúde. Tratamento para o HIV Disponível em: <https://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv/tratamento-para-o-hiv>. Acesso em: 31 ago. 2020.
  8. BRASIL. Ministério da Saúde. Diagnóstico do HIV. Disponível em: <https://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv/diagnostico-do-hiv>. Acesso em: 31 ago. 2020.
  9. UNAIDS. O poder dos medicamentos antirretrovirais: as metas de tratamento 90-90-90 para todos. Disponível em: <https://unaids.org.br/infograficos/>. Acesso em: 31 ago. 2020.
  10. Telelab. ONU aponta Brasil como referência mndial no controle a Aids. Disponível em: <https://telelab.aids.gov.br/index.php/2013-11-14-17-44-09/item/246-onu-aponta-brasil-como-referencia-mundial-no-controle-da-aids>. Acesso em: 31 ago. 2020.

NP-BR-HVX-PRSR-200011– Dezembro/2020

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