Saúde

EUA: Senado e Casa Branca anunciam acordo sobre plano de US$ 2 trilhões para aliviar efeitos do coronavírus

O plano, que pretende levar alívio a centenas de milhões de americanos afetados pela pandemia, deve receber a aprovação do Senado e depois da Câmara de Representantes

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Publicado em 25/03/2020 às 6:52
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AGRADECIMENTO "A China adoraria que tivéssemos uma eleição em que Donald Trump perdesse para o sonolento Joe Biden" - FOTO: BRENDAN SMIALOWSKI / AFP

Republicanos e democratas do Senado e a Casa Branca alcançaram um acordo na madrugada desta quarta-feira (25) sobre o plano de estímulo de US$ 2 trilhões para ajudar a economia dos Estados Unidos, duramente afetada pela pandemia de COVID-19. O texto de consenso foi alcançado após cinco dias de árduas negociações sobre uma proposta do governo do presidente Donald Trump, enquanto o novo coronavírus provocava cada vez mais casos e mortes no país, acelerando a suspensão das atividades e aumentado a pressão por um plano para mitigar as consequências econômicas.

"Por fim, temos um acordo", afirmou o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, antes de citar um "nível de investimentos de tempos de guerra". "Depois de negociações de várias horas, temos um acordo bipartidário sobre o maior pacote de resgate na história dos Estados Unidos", disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.

O plano, que pretende levar alívio a centenas de milhões de americanos afetados pela pandemia, deve receber a aprovação do Senado e depois da Câmara de Representantes, controlada pelos democratas, antes de ser promulgado por Trump. "Aprovaremos o texto mais tarde hoje (quarta-feira)", prometeu McConnnell. O Senado pretende retomar as sessões ao meio-dia (13H00 de Brasília).

Após o anúncio do acordo, a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 8,04%, enquanto os preços do petróleo também se recuperavam na Ásia. Na terça-feira, o otimismo sobre o plano de resgate americano teve um forte impacto positivo nos mercados. Em Wall Street, onde as ações perderam um terço do valor desde fevereiro pela crise de saúde, o índice Dow Jones fechou em alta de 11,4%, o maior aumento percentual diário desde 1933.

O pacote de estímulo inclui ajuda financeira direta aos americanos afetados pela crise, concede subsídios a pequenas empresas e centenas de bilhões de dólares em empréstimos para grandes empresas, incluindo as companhias aéreas, além de ampliar o seguro-desemprego. Além disso, o pacote prevê o que Schumer chama de "Plano Marshall para hospitais", em referência ao programa de assistência americano para reconstruir a Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

O plano, negociado entre McConnell, Schumer, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e funcionários da Casa Branca, era criticado pelos democratas, que argumentavam que priorizava os interesses das corporações sobre os dos trabalhadores. Trump, que busca a reeleição em novembro, fez um apelo na terça-feira por uma "ação imediata" do Congresso. "Quanto mais tempo levar, mais difícil será recuperar a economia. Nossos trabalhadores sofrerão", advertiu.

Desde o primeiro caso nos Estados Unidos em janeiro, o novo coronavírus matou 796 pessoas, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins. Mais de 55.000 pessoas foram infectadas no país. Para evitar contágios que poderiam provocar o colapso dos hospitais, 100 milhões de pessoas, quase um terço da população, receberam determinações para permanecer em suas casas, provocando a suspensão de aulas, o fechamento de milhares de estabelecimentos comerciais e a demissões de milhões de trabalhadores.

Diante dos excessos de alguns benefícios corporativos do plano de resgate durante a crise de 2008, os democratas desejavam uma supervisão maior dos empréstimos para as grandes empresas, além do pagamento de salários para os funcionários demitidos e mais recursos para os hospitais.

Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes e líder democrata, declarou na terça-feira que "muitos dispositivos foram enormemente melhorados".

Ela deu a entender que o plano poderia ser aprovado por unanimidade na Câmara, o que pouparia tempo ao eliminar o debate e não exigiria que os legisladores, atualmente em recesso, retornassem a Washington para votar em meio à crise de saúde. Três congressistas foram diagnosticados com a COVID-19 e pelo menos 10 estão em quarentena, impedidos de votar.

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