Médicos japoneses pediram às autoridades que intensifiquem as medidas para evitar a saturação do sistema hospitalar depois que o país superou a barreira de 10.000 casos de coronavírus nesse sábado (18) e domingo (19), apesar da instauração do estado de emergência.
Embora a pandemia no Japão continue longe dos níveis registrados na Europa e nos Estados Unidos, o país tem o terceiro maior número de casos na Ásia, depois de China e Índia.
O balanço mais recente do ministério da Saúde menciona 171 mortes e 10.751 infectados desde o início da crise, quase 400 contagiados a mais em 24 horas.
Na semana passada, as autoridades decretaram estado de emergência em todo o território até 6 de maio, depois de limitar a medida em um primeiro momento a sete regiões.
O número de passageiros nos trens e linhas de metrô da capital, habitualmente lotados nos horários de pico, caiu consideravelmente, mas as lojas e restaurantes continuam abertos.
A lei de estado de emergência não pode forçar o respeito às determinações, mas a "mensagem pode chegar de maneira mais eficaz, rigorosa e constante, inclusive sem sanções", afirmou nesta segunda-feira Kentaro Iwata, infectologista da Universidade de Kobe..
"Precisamos de medidas muito mais eficazes (...) O sistema está à beira do colapso em vários lugares do Japão", advertiu Iwata, muito crítico à gestão da crise de saúde.
A estratégia japonesa de testes limitados associados a um acompanhamento dos contatos funcionou bem quando o número de casos era reduzido, afirmou o infectologista.
O governo anunciou que revisou a estratégia e reforçou a capacidade de teste de diagnóstico, alterando a regra que exigia que pessoas com resultado positivo permanecessem nos hospitais e a imposição do estado de emergência para frear a propagação do vírus.
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O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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