PANDEMIA

Após seis semanas de quarentena, ruas de Paris ficam cada vez mais cheias

Com a chegada do bom tempo na Europa, é grande a tentação de desafiar as regras impostas para impedir a epidemia

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Publicado em 27/04/2020 às 14:57 | Atualizado em 27/04/2020 às 14:59
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Parisienses quebram quarentena de seis semanas e preocupam autoridades - FOTO: PHILIPPE LOPEZ / AFP

Após seis semanas de confinamento devido ao novo coronavírus, os parisienses estão perdendo a paciência e estão cada vez mais nas ruas, um relaxamento da quarentena que preocupa as autoridades. A cena, que aconteceu neste fim de semana, causou um rebuliço nas mídias sociais: dezenas de pessoas dançando em uma rua no bairro de Montmartre ao ritmo da música de Dalida "Laissez-moi danser" (Deixe-me dançar, em português).

 

Segundo uma fonte policial, que foi ao local para dispersar a multidão, os infratores deixaram o local pacificamente e nenhuma multa foi imposta, mas a cena, que ocorreu em pleno confinamento, se tornou viral.

Com a chegada do bom tempo, é grande a tentação de desafiar as regras impostas para impedir a epidemia.

Segundo Colombe Brossel, vice-prefeita de Paris e responsável pela segurança, em geral os quase dois milhões de parisienses "respeitam as regras em vigor".

Entretanto, para que uma segunda onda de contágio seja evitada, é preciso cumprir ao pé da letra as regras de confinamento previstas até seu levantamento progressivo programado para 11 de maio.

No total, a polícia realizou mais de um milhão de controles apenas em Paris desde que a quarentena foi imposta em 17 de março e emitiu quase 70.000 multas de 135 euros, segundo dados divulgados no sábado.

"Não é fácil"

Mickael, que se juntou a centenas de parisienses que foram passear neste fim de semana à beira do canal Ourcq, no nordeste de Paris, disse à AFP que "do ponto de vista humano, não é fácil ficar trancado em uma casa o dia todo".

"Os seres humanos não são projetados para viver assim, isolados dessa maneira", estimou.

Um pouco mais longe, Eric, com um lenço para cobrir a boca e o nariz, admitiu que sai todos os dias "para dar uma volta no quarteirão e fazer algum exercício", algo que é permitido na França por até um hora e sem sair a mais de um quilômetro de casa.

Para um funcionário do gabinete do prefeito de Paris, "o problema não são os salvo-condutos", porque as pessoas que saem levam consigo esse documento necessário na França para justificar qualquer saída. "O importante é fazer o trabalho pedagógico de dizer às pessoas: 'sim, elas estão dentro da lei, mas talvez não seja necessário que elas saiam".

Com parques e jardins fechados, mais e mais parisienses se dirigem às duas enormes florestas adjacentes à capital, a de Boulogne (oeste) e Vincennes (leste), que por razões materiais não podem ser fechadas.

Emmanuel Latil, um dos dezenas de agentes de segurança pública destacados em Paris, passou o fim de semana pedindo às pessoas que voltassem para suas casas.

"Destruíram as faixas de segurança que proibiam o acesso", disse.

Sentada a um metro de distância da vizinha, em um banco público na floresta de Vincennes, na França, uma mulher aposentada explicou que queria sair e "tomar ar fresco". "Se eles não nos deixarem ir para a floresta, iremos para as ruas até que o confinamento seja suspenso", alertou.

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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