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Cientistas bolivianos alertam sobre uso de dióxido de cloro contra coronavírus

Durante a última semana, surgiram na Bolívia versões nas redes sociais sobre seus benefícios para combater a covid-19

AFP
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Publicado em 29/06/2020 às 16:57 | Atualizado em 29/06/2020 às 16:57
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O diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, explicou que, apesar de ter ocorrido mais mortes por covid-19 no Reino Unido desde o surgimento da variante, isso não necessariamente está ligado à letalidade do vírus - FOTO: PIXABAY

Um comitê científico que assessora o governo da Bolívia alertou nesta segunda-feira (29) sobre o consumo do dióxido de cloro para tratar a covid-19 e seus graves danos à saúde, devido às recomendações e solicitações de uso.

"O dióxido de cloro é uma substância usada como desinfetante de superfícies e alvejante de materiais orgânicos. Sua ingestão tem vários efeitos colaterais", disse o comitê em um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde.

Durante a última semana, surgiram na Bolívia versões nas redes sociais sobre seus benefícios para combater a covid-19, que até o momento infectou 31.524 pessoas e deixou 1.014 mortos no país, desde o seu surgimento no início de março.

Ainda assim, a Universidade Juan Misael Saracho da região de Tarija (sul) anunciou que seus laboratórios químicos começarão a fabricar dióxido de cloro para o uso em hospitais locais, e uma organização de moradores da cidade de El Alto solicitou seu uso ao governo.

Entre os efeitos colaterais estão a "insuficiência respiratória, metemoglobinemia (transtorno sanguíneo), hipotensão aguda (pressão arterial baixa), insuficiência hepática, anemia, vômitos e diarreia".

Além disso, mencionou também que"não existe nenhuma publicação em revistas médicas científicas sobre seus efeitos contra a covid-19", e enfatizou que diferentes agências internacionais de saúde o classificam "como tóxico para a saúde pública pela concentração de seus ingredientes".

O comitê científico afirmou que o consumo deste produto "pode interferir" na aplicação de medidas de prevenção apropriadas contra o coronavírus e "promover o abandono de outras medidas que demostraram ser eficazes e seguras".

Nos Estados Unidos e em outros países, seu uso foi proibido para combater o coronavírus. Na Austrália, uma igreja foi multada pelo governo por fazer propaganda desse produto.

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